A área a ser colhida em 2011, de 48,6 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 4,5%, frente à área colhida em 2010. As três principais culturas, que somadas representam 90,5% do volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (arroz, milho e soja), respondem por 82,5% da área a ser colhida registrando, em relação ao ano anterior, variações de +1,6%, +3,5% e +3,3%, respectivamente. Quanto à produção, os acréscimos são, nessa ordem, de +19,0%, +0,3% e +9,2%.
Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Sul, 66,8 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 55,8 milhões de toneladas; Sudeste, 17,2 milhões de toneladas; Nordeste, 15,2 milhões de toneladas e Norte, 4,4 milhões de toneladas.
Comparativamente ao ano anterior, são constatados incrementos em todas as regiões: Norte, 9,3%, Nordeste, 29,0%, Sudeste, 1,0%, Sul, 4,0%, e Centro-Oeste, 6,3%. Nessa avaliação para 2011, o Paraná, e Mato Grosso apresentam a mesma participação na produção nacional de grãos, 19,6%. Em termos absolutos, a safra paranaense ocupa a 1ª posição, com 31.285.893 toneladas, diferença de 57.636 toneladas frente ao Mato Grosso.
Estimativa de setembro em relação à produção obtida em 2010
Dentre os 25 produtos selecionados, 14 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (73,1%), amendoim em casca 1ª safra (25,9%), arroz em casca (19,0%), batata-inglesa 1ª safra (13,5%), batata-inglesa 3ª safra (0,2%), cacau em amêndoa (5,7%), cevada em grão (6,2%), feijão em grão 1ª safra (28,2%), mamona em baga (38,9%), mandioca (7,3%), milho em grão 1ª safra (3,4%), soja em grão (9,2%), sorgo em grão (28,2%) e triticale em grão (24,5%). Com variação negativa: amendoim em casca 2ª safra (37,9%), aveia em grão (11,9%), batata-inglesa 2ª safra (1,2%), café em grão (7,2%), cana-de-açúcar (5,4%), cebola (5,3%), feijão em grão 2ª safra (0,7%), feijão em grão 3ª safra (7,3%), laranja (1,6%), milho em grão 2ª safra (4,3%) e trigo em grão (15,7%).
Com a colheita concluída das principais culturas temporárias de verão, nos próximos levantamentos prosseguirá o acompanhamento do desenvolvimento das culturas de terceira safra e de inverno, da conclusão das colheitas dos grãos de segunda safra, bem como das demais culturas abordadas pela pesquisa, respeitando os limites do ano civil de referência. Nos próximos levantamentos, também serão realizados os prognósticos das principais culturas para 2012.
Destaques na estimativa de setembro em relação a agosto
Destaque para as variações mensais: algodão herbáceo em caroço (-0,4%), aveia em grão (-3,3%), café em grão (+0,5%), cevada em grão (-0,6%), feijão em grão total (-1,0%), milho em grão 2ª safra (+2,5%), trigo em grão (-0,1%) e a variação negativa absoluta da soja em grão de 27.331 toneladas (-0,0%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) ? A nona estimativa de algodão herbáceo para 2011 é da ordem de 5,1 milhões de toneladas, menor 0,4% que a informada em agosto. Essa retração é resultado da revisão no rendimento médio, que registra, neste levantamento, diminuição de 0,5% enquanto a área cresce 0,1%. Mato Grosso, maior Estado produtor, com participação de 50,1% na produção nacional, foi o principal responsável pela modificação dos números da safra nacional. Nesse Estado, embora a área colhida tenha registrado um pequeno incremento de 0,1% a produção obtida caiu 0,9%. Tal fato se deve aos prejuízos com a seca que atingiu, notadamente, os plantios tardios com consequente repercussão na produtividade final, que recuou 1%.
CAFÉ (em grão) ? No levantamento de setembro, a estimativa de produção de 2.667.776 toneladas (44,5 milhões de sacas de 60 quilos) teve um acréscimo de 0,5% em relação a agosto. As outras variáveis também estão apresentando acréscimos. A área total e a área destinada à colheita da cultura nacional crescem 0,1% e o rendimento médio, 0,4% em relação à estimativa anterior. Minas Gerais, o maior Estado produtor, apresenta, neste mês, acréscimo de 1% na produção esperada para 2011, totalizando 1.323.622 t (22,1 milhões de sacas de 60 quilos), considerando as duas espécies em conjunto (arábica e canephora), representam 49,6% do total esperado para o país em 2011. A área a ser colhida está reavaliada em 1.027.872 hectare (ha).
O rendimento, característico de um ano de “baixa”, aumenta 0,9% em relação a agosto, após atualização dos dados em Mutum (na região do Rio Doce), em alguns municípios do Alto Paranaíba e da área na Zona da Mata. Percebe-se que a bianualidade vem diminuindo ao longo dos anos em virtude da ausência de geadas, que sempre nivelavam as lavouras e também devido ao manejo diferenciado de talhões dentro das propriedades, com práticas de adensamento, irrigação, plantio de variedades mais tolerantes à ferrugem, podas, entre outros.
Para o Espírito Santo, segundo maior produtor do país, não foram observadas variações em relação ao mês anterior. O Estado apresenta predominância da espécie canephora (conilon e clones). Desde o final de 2010, as condições meteorológicas estiveram francamente favoráveis e a produção total do Estado (arábica + conilon) está estimada em 708.417 toneladas (11,8 milhões de sacas), fruto do rendimento médio de 24,2 sacas/hectare (1.452 kg/ha), o maior do país (consideradas as duas espécies em conjunto).
FEIJÃO (em grão) Total ? A produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, está avaliada em 3.588.575 toneladas, inferior 1% a do mês anterior e está assim distribuída: 1.953.066 t da primeira safra (54,4%), 1.196.550 t da segunda safra (33,3%) e 438.959 t da terceira safra (12,3%).
Comparativamente ao mês passado, as produções dos feijões primeira e segunda safras apresentaram decréscimos de 0,1% e 3,0%, respectivamente enquanto que o feijão terceira safra registrou acréscimo de 0,8%. A inexpressiva diminuição na produção do feijão primeira safra deve-se às alterações nos dados de colheita que já se encontra encerrada em quase todo o país. No que se refere à segunda safra do produto, a redução na produção, em relação ao mês anterior, recai, principalmente, sobre as revisões nas informações efetuadas na Bahia, onde, com o encerramento da colheita, foram computados os prejuízos causados pela estiagem.
Frente a agosto, a área colhida e a produção obtida estão inferiores em 34,3%, 21,2%, respectivamente. Com as perdas verificadas o Estado caiu da segunda posição na produção dessa safra do produto para o quarto lugar. Para a terceira safra de feijão, o incremento na produção é resultado das modificações nos dados de Minas Gerais onde foram identificados novos cultivos em São Romão (Norte) gerando aumento na produção (1%) assim como no Estado do Mato Grosso (4,2%).
MILHO (em grão) Total ? A produção nacional do milho em grão em 2011, para ambas as safras, totaliza 56,2 milhões de toneladas, apontando, neste mês, uma variação positiva de 1,0% frente à de agosto. Essa alteração foi causada pelas modificações nos dados da segunda safra do produto. A primeira safra de milho em grão já se encontra colhida nos principais centros produtores, registrou um decréscimo de apenas 3.316 toneladas (-0,0%) frente à informação de agosto, totalizando 34,2 milhões de toneladas nesta avaliação de setembro. A produção ora prevista para a segunda safra de milho, de 22,0 milhões de toneladas, apresenta ganho de 2,5% em comparação à estimativa de agosto.
O Paraná, segundo produtor nacional desta safra, foi o principal responsável por este incremento, reajustando a produção em 9,1%, estimada agora em seis milhões de toneladas. Esse fato é decorrente da melhor avaliação do quadro do produto tendo em vista que, com o encerramento da colheita, constatou-se que os danos causados pelas geadas dos dias 27 e 28 de junho ficaram aquém do previsto. Ressalta-se que a produção nacional poderia ter um ganho maior, não fosse a queda, como consequência da estiagem verificada na Bahia. Nesse Estado, a produção esperada de 299.841 t, é 17,3% inferior ao do mês passado, por conta da redução de 30,5% na área a ser colhida uma vez que foram perdidos 122.080 hectares plantados.
SOJA (em grão) ? Para a soja, em 2011, a produção recorde esperada de 74,8 milhões de toneladas, informada neste mês, é apenas 27.331 toneladas menor que o levantamento de agosto. À exceção do Maranhão, a colheita já se encontra encerrada nos demais centros produtores e a variação se deve, particularmente, às revisões nos dados de colheita do Mato Grosso, maior produtor nacional. Neste Estado, a área colhida de 6.454.331 ha e a produção obtida de 20.800.544 t, comparativamente ao mês passado, são inferiores em 0,1%.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) ? Para as lavouras de inverno, cujos cultivos concentram-se, predominantemente, nos Estados do Sul, destacam-se as diminuições nos dados de produção da aveia (3,3%), cevada (0,6%) e trigo (0,1%). Para o trigo, a mais importante dessas culturas, a produção esperada de 5,1 milhões de toneladas informada em setembro é 0,1% inferior a do mês passado. A exemplo do mês anterior, o decréscimo reflete as novas avaliações no Estado do Paraná, maior produtor de trigo, participando com 46,9% da produção nacional.
Nesse Estado, as informações de campo apontam uma área plantada 0,1% maior que a prevista na avaliação anterior agora estimada em 1.024.462 ha, porém, para uma área a ser colhida de 993.447 ha significando 31.015 ha totalmente perdidos em função das geadas. Aliado a isso, o excesso de chuvas em julho, além de propiciar a incidência de doenças (notadamente, a brusone e a giberela, que atacam as espigas do trigo), dificultou a entrada das máquinas nas lavouras para fazer o controle sanitário das mesmas. Com isso, o rendimento médio esperado, avaliado em 2.403 kg/ha, é 4,5% inferior ao informado no mês passado. Consequentemente, a produção estimada de 2,4 milhões de toneladas, é 4% menor. A queda, nesse mês, na safra tritícola foi atenuada pelo ganho de 4,4% na produção do Rio Grande do Sul, segundo produtor nacional.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (Comea) e/ou Regionais (Corea); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (Cepagro) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa).
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento ? Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.