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IBGE: safra 2016 pode ter perda em 19 das 26 culturas

Os produtores brasileiros deve colher 57,1 milhões de hectares na safra agrícola de 2016, uma queda de 0,7% em relação à área colhida em 2015

Fonte: Camila Domingues

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro estima uma safra de 183,9 milhões de toneladas em 2016, um recuo de 12,3% em relação à produção de 2015, quando totalizou 209,6 milhões de toneladas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O montante foi ainda 1,2% menor que o previsto em agosto, com 2,2 milhões de toneladas a menos.

Os produtores brasileiros deve colher 57,1 milhões de hectares na safra agrícola de 2016, uma queda de 0,7% em relação à área colhida em 2015, que somou 57,5 milhões de hectares, segundo o levantamento. Em comparação à estimativa de agosto, a área diminuiu 236.580 hectares, recuo de 0,4%.

O país espera perdas em 19 das 26 principais culturas, segundo os dados do Levantamento. Sete registraram crescimento em relação à colheita de 2015: aveia em grão (45,4%), café em grão arábica (23,6%), cebola (4,1%), cevada em grão (66,8%), mandioca (4,3%), trigo em grão (12,8%) e triticale em grão (32,3%).

Os recuos na produção são esperados para o algodão herbáceo em caroço (-19,5%), amendoim em casca 1ª safra (-9,8%), amendoim em casca 2ª safra (-26,6%), arroz em casca (-14,9%), batata-inglesa 1ª safra (-3,1%), batata-inglesa 2ª safra (-7,2%), batata-inglesa 3ª safra (-6,0%), cacau em amêndoa (-21,5%), café em grão canephora (conilon) (-28,2%), cana-de-açúcar (-1,9%), feijão em grão 1ª safra (-14,5%), feijão em grão 2ª safra (-20,6%), feijão em grão 3ª safra (-2,4%), laranja (-4,9%), mamona em baga (-51,9%), milho em grão 1ª safra (-16,1%), milho em grão 2ª safra (-29,8%), soja em grão (-1,4%) e sorgo em grão (-45,9%).

A estimativa para a produção brasileira de cacau do IBGE em setembro foi de 214.497 toneladas, 11,9% abaixo da do mês anterior. O rendimento médio esperado, de 303 kg/ha, apresentou redução de 12,2%. Conforme o IBGE, os dados refletiram as estimativas do Pará, que apresentaram este mês quedas de 25,3% na produção e no rendimento médio, principalmente por causa da estiagem.

A nona estimativa de 2016 do IBGE para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 183,9 milhões de toneladas, 12,3% inferior à obtida em 2015.

Milho

A revisão na produção nacional de milho na passagem de agosto para setembro foi a principal responsável pela nova redução prevista para a safra de grãos no país este ano. A produção de milho será 2,5% menor do que o estimado em agosto.

“A região do bioma cerrado vem reduzindo a estimativa de produção em função das informações que vão surgindo a cada mês”, justificou Carlos Antonio Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

A previsão para a primeira safra de milho encolheu 1,0%, enquanto a estimativa da segunda safra diminuiu 3,4%. A estiagem está por trás das perdas registradas na estimativa de setembro em relação a agosto, sobretudo no caso da segunda safra do grão.

“O produtor tende cada vez mais a plantar a soja na primeira safra, porque é mais rentável. Então, normalmente já reduz a área de milho de primeira safra. Além disso, o milho pegou um pouco da seca no primeiro semestre que atingiu o bioma Cerrado. O milho de segunda safra pegou um período de seca muito maior”, explicou Barradas.

A produção total de milho foi estimada em 63,8 milhões de toneladas. A primeira safra de milho deve totalizar 24,3 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra deve responder por 39,5 milhões de toneladas.

Feijão

A estiagem na região Nordeste e no bioma Cerrado impediu que os produtores de feijão se aproveitassem do aumento no preço do grão. O nível baixo dos reservatórios tornou inviável a irrigação da terceira safra de feijão, segundo Barradas.

A produção de feijão este ano será 3,3% menor do que a estimada em agosto, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro.

“A gente até esperava que, em função do preço, esse feijão de terceira safra pudesse aumentar. Mas, como tivemos um primeiro semestre muito seco, os reservatórios de água estão muito baixos. Essa é uma cultura irrigada, e há uma série de restrições ao uso de água dos reservatórios. As prefeituras estão impedindo o uso da água disponível para irrigação porque está faltando água para abastecimento da população”, explicou Barradas.

Segundo a estimativa de setembro para o ano de 2016, a primeira safra de feijão é 0,9% menor do que o estimado em agosto; a segunda safra está 6,6% inferior; enquanto a terceira safra diminuiu 1,7%.

“Na segunda safra, os preços ainda estavam baixos, houve queda na produção porque não houve chuva. Daí essa quebra aumentou o preço do feijão. Então teve correria para plantio da terceira safra, mas não isso aconteceu em virtude da falta de água para irrigar”, completou o gerente do IBGE.

O total da produção de feijão em 2016 será 15,3% menor do que a colhida em 2015.

Café

Apesar da quebra na safra de grãos no país por conta da estiagem, a produção de café mostra recuperação em 2016. A estimativa da produção total de café alcançou 2,9 milhões de toneladas, ou 48,9 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 2,3% em setembro frente ao mês anterior.

Em Minas Gerais, maior produtor da espécie arábica, a colheita das lavouras se aproxima do fim e confirma o sucesso da safra do produto após dois anos de produção em baixa. O Estado deve colher 1,7 milhão de toneladas, ou 28,5 milhões de sacas, aumento de 3,7% em setembro ante agosto.

O Estado de São Paulo também teve a safra reavaliada para cima, com crescimento de 8,0% ante agosto, para 354 mil toneladas, ou 5,9 milhões de sacas. Em contrapartida, a estimativa da produção do conilon (canephora, ou robusta), que tem como maior produtor o Espírito Santo, ainda teve queda na área colhida, produção e rendimento médio.

“Essa é a pior seca do noroeste do Espírito Santo dos últimos 60 anos, então isso afetou a produção do café”, explicou Carlos Antonio Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

No ano, a produção nacional de café arábica é 23,6% maior do que a de 2015, enquanto a de conilon é 28,2% menor.

Distribuição

Arroz, milho e soja representam 92,6% da estimativa da produção agrícola brasileira em 2016, de acordo com o IBGE. As três culturas foram responsáveis ainda por 87,9% da área a ser colhida.

Em relação a 2015, houve aumento na área a ser colhida de soja, com avanço de 2,8%, mas reduções para o milho, de -1,3%, e arroz, de -9,7%. Quanto à produção, a soja contabiliza uma perda de 1,4% em 2016 ante o ano passado, enquanto o arroz recua 14,9% e o milho encolhe 25,2%.

  

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