O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro estima uma safra recorde de 242 milhões de toneladas em 2017, um avanço de 30,3% em relação à produção de 2016, quando totalizou 185,8 milhões de toneladas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estimativa é ainda 0,5% maior do que a prevista em agosto, com 1,1 milhão de toneladas a mais de grãos.
Os dados da safra de 2016 foram atualizados pelo IBGE com base nos resultados da Pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), que mostrou uma produção 0,6% maior do que a estimada pelo LSPA de dezembro de 2016, o que corresponde a 1,1 milhão de toneladas a mais.
Soja
A produção nacional de soja será 19,5% maior este ano em relação ao ano passado, segundo o levantamento. A área colhida aumentou em 2,2%.
Milho
A produção recorde de milho esperada para este ano será ainda maior do que o previsto. Com novo ajuste positivo na estimativa de área colhida e no rendimento médio da segunda safra, a produção nacional do cereal deve alcançar 99,5 milhões de toneladas em 2017, um aumento de 1,1% em relação ao estimado em agosto.
A segunda safra de milho deve totalizar 68,4 milhões de toneladas. Em Goiás e no Paraná, o rendimento médio do milho de segunda safra caiu 3,3% e 1,6%, respectivamente. O impacto nas estimativas de produção dos dois estados somou 479,2 mil toneladas a menos do que o previsto em agosto.
O movimento, porém, foi compensado pelo crescimento em 1,2 milhão de toneladas na produção de Mato Grosso, graças à revisão de 3,2% no rendimento médio estadual. Também houve crescimento no mês de 352,3 mil toneladas em São Paulo, após revisão de 12,4% no rendimento médio e de 3,7% na área colhida no estado.
A produção de milho de primeira safra também aumentou em 0,3% em setembro, estimada em 31,2 milhões de toneladas, com revisões nas estimativas do Paraná (0,9%) e de São Paulo (2,3%).
Café
A estimativa da produção nacional de café é de 2,8 milhões de toneladas em 2017, de acordo com o IBGE. O montante equivale a uma redução de 3,8% em relação à previsão de agosto.
Em setembro, houve reduções de 4,4% na estimativa da produção do café arábica e recuo de 1,3% na estimativa da produção do café canephora (conilon).
A produção do café arábica deve alcançar 2,1 milhões de toneladas. Minas Gerais, maior produtor de arábica, teve sua estimativa da produção reduzida em 5,2%, para 1,5 milhão de toneladas. Em São Paulo, a redução da estimativa da produção foi de 1,3%, para 262,4 mil toneladas. O Paraná também diminuiu a estimativa de produção em 1,5%.
Já a produção do café canephora (conilon) deve alcançar 614,4 mil toneladas, queda de 1,3% em relação a agosto. A Bahia, terceiro maior produtor, diminuiu em 10,9% a previsão da safra, que deve somar 105,9 mil toneladas (1,77 milhões de sacas).
Feijão
A produção nacional de feijão deve alcançar 3,4 milhões de toneladas. A produção aumentou 1,4% em relação à estimativa de agosto, com avanço de 2,3% na área plantada, mas recuo de 0,2% no rendimento médio.
A 1ª safra de feijão está estimada em 1,6 milhão de toneladas, redução de 1,0% na produção ante a estimativa de agosto. O estado de São Paulo diminuiu em 18.250 toneladas a safra, 9,9% menos do que o previsto em agosto.
Já a 2ª safra de feijão teve aumento de 3,8% no mês, acompanhando elevações no rendimento médio (0,5%) e na área colhida (3,4%). Houve redução na expectativa de produção de Pernambuco (-27,5%) e de Alagoas (-43,3%) causada por problemas climáticos. Mas a produção cresceu em setembro em Minas Gerais (4,2%), São Paulo (11,5%), Mato Grosso (9,9%), Bahia (18,7%) e Goiás (47,9%).
A 3ª safra de feijão mostrou crescimento de 3,5% em relação à estimativa de agosto. Minas Gerais aumentou em 4,3% a produção; Goiás, 4,4%; e Mato Grosso, 27%, devido à expansão da área plantada. Em São Paulo, foi registrada queda de 19,7%.
Trigo e culturas de inverno
A produção nacional de trigo deve somar 5,2 milhões de toneladas em 2017. O montante equivale a uma redução de 4,4% em relação ao previsto no mês anterior.
No Paraná, a produção esperada de 2,3 milhões de toneladas encolheu 11,5% em relação a agosto, enquanto a área a ser colhida, de 962 mil hectares, teve ligeira queda de 0,1%. A revisão foi explicada pelo rendimento médio, de 2.385 kg/ha, que caiu 11,5%. Segundo o IBGE, 65% da área prevista de trigo no já deve estar colhida à essa altura do ano.
Quanto à cevada, a produção esperada para 2017 é de 397,7 mil toneladas, 6,8% menos do que no mês anterior.
A produção de sorgo, já totalmente colhida, teve aumento de 2,3% em relação à estimativa de agosto, enquanto que o rendimento médio aumentou 2,7%. Por outro lado, a área plantada e a área colhida diminuíram 0,4%. A safra deve alcançar 2,1 milhões de toneladas em 2017.
O rendimento médio da produção de sorgo em Goiás cresceu 1,6%, mas a área plantada e a área colhida recuaram 1,5%. A produção de Minas Gerais cresceu 7,3%, com altas de 6,6% no rendimento médio e de 0,6% na área de plantio e colheita.
Algodão
A produção nacional de algodão totalizou 3,8 milhões de toneladas em 2017, segundo o levantamento do IBGE. O resultado é 2,5% superior à previsão de agosto, graças a um rendimento médio 3% maior.
A produção da Bahia ficou estável no mês, mas a safra esperada em Mato Grosso cresceu 3,7%.
Cacau
A estimativa de produção de cacau em setembro foi de 213,5 mil toneladas, 4,8% a menos que no mês anterior. A área plantada encolheu 2,8%, enquanto a área a ser colhida diminuiu 3,2%. O rendimento médio, de 356 kg/ha, foi 1,7% menor do que em agosto. Os dados foram influenciados pelas estimativas da Bahia, com quedas de 4,4% na área a ser colhida, de 7,1% no rendimento médio e de 11,3% na produção esperada.
Laranja
A safra da laranja alcançou 17,3 milhões de toneladas em 2017, aumento de 1,7% em relação a agosto. A área colhida recuou 6%, mas o rendimento médio cresceu 8,2%. São Paulo espera uma safra de 13,0 milhões de toneladas, um aumento de 2,4% ante o mês anterior. A área colhida diminuiu 8,7%, enquanto o rendimento médio aumentou 12,2%.
Mandioca
Para a produção de mandioca, a previsão é de 20,8 milhões de toneladas, alta de 3,3% em relação ao mês anterior.