A demanda interna aquecida mantém os preços da soja acima de R$ 100 por saca em Mato Grosso, após meses em que o dólar forte estimulou exportações do estado, apontou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“O momento é de ‘disputa’ pela soja restante no estado, que está influenciando a alta nos preços internamente”, disse o Imea.
Os preços do indicador Imea-MT subiram 0,52% na última semana, para R$ 104,14 por saca. “A maior demanda e a valorização dos subprodutos estão motivando a indústria do estado a processar mais soja, por isso também estão ofertando maiores preços ao produtor”, disse o instituto.
Conforme o levantamento, a margem de esmagamento (relação entre soja e farelo e óleo) aumentou 11,10% na última semana em Mato Grosso. Ainda conforme a entidade, já estão sendo fechados negócios para a safra 2021/2022.
Do lado das despesas, o instituto destacou uma elevação de 0,65% ante o mês anterior no custo operacional estimado para a safra 2020/2021, para R$ 3.597,37 por hectare. Esta foi a sexta alta consecutiva no indicador.
“Grande parte disso se deve às despesas de custeio, em que estão os fertilizantes e defensivos agrícolas. Como são insumos que possuem cotação atrelada ao dólar, os seus preços ficam suscetíveis à variação cambial”, destacou o Imea.
Como o câmbio afeta também o preço de venda da soja, pode compensar a alta dos custos. “As negociações do grão e dos insumos precisam estar ‘casadas’ para que o produtor não fique tão exposto ao risco cambial.”