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– O investimento seria alto, em tono de R$ 30 milhões, mas com um risco moderado, que poderia ser menor, não fosse a alta volatilidade histórica no mercado de trigo. A TIR – Taxa Interna de Retorno é de 13,56%, o Índice de lucratividade de 29% e para cada R$ 1,00 investido, agrega-se R$1,29, comprovando que é viável a construção de moinho de trigo em Mato Grosso – informa Celidonio.
A pesquisa demostra que o moinho teria capacidade de suprir 15,40% da soma do déficit de Mato Grosso e do Norte do país. Mato Grosso possuiu apenas um moinho, que produz 32 mil toneladas/ano, consome 128 mil toneladas/ano e possuiu assim, um déficit de 96,6 mil toneladas/ano.
O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e coordenador da CTT, Hortêncio Paro, trabalha junto às cooperativas de Mato Grosso para que o moinho seja construído por cooperativas.
– Na cooperativa o moinho vai estar dentro da casa dos produtores e isso torna a cooperativa e os produtores mais fortes – disse Paro.
Para o coordenador da CTT, a importância de Mato Grosso se preparar para produzir e beneficiar o trigo é muito grande. Ele justificativa que o Brasil produzir menos da metade do trigo que consome. Somente Mato Grosso consome anualmente quase 130 mil toneladas de farinha e 90% são importadas.
– O cultivo do trigo é mais uma opção para rotação de cultura e estamos buscando parceria com os produtores irrigantes. O estado possui mais de 80 mil hectares de terra com irrigação. Nossa intenção é que pelo menos 20% das áreas de pivô de irrigação seja destinado para plantio de trigo – destaca o professor Hortêncio, como é chamado.
O cooperativismo é apontado com uma das alternativas para fomentar a produção do cereal em Mato Grosso.
– O cooperativismo está totalmente envolvido nesse processo do trigo e o crescimento de produção passa, sem dúvidas pelas cooperativas, pois é através do cooperativismo que temos redução de custo, de logística e ganho de escala, que acontece através da união dos produtores via cooperativa – ressalta o presidente da Organização das Cooperativas de Mato Grosso, Onofre Cezário de Souza Filho.
O Sistema OCB/MT tem assento na Câmara do Trigo.
Durante a reunião foi discutido também sobre os experimentos conduzidos pelo IFMT e parceiros, no campo experimental em Campo Verde, a situação do Projeto de Lei da Assembleia Legislativa que cria o Fundo de Apoio à Cultura do Trigo (Factrigo), que pretende captar recursos para o desenvolvimento da pesquisa e a possibilidade da Famato/Aprosoja e associação de irrigantes assumirem a gestão do Protrigo em Mato Grosso.
Segundo o coordenador da Câmara do Trigo, as ações do Protrigo estão avançando com a participação da comunidade científica de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Instituto Mato-grossense de Algodão (IMA), Universidade de Várzea Grande (Univag), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e outros.