Impacto do corte de importação de aves da Rússia é pequeno para Brasil

Segundo Ubabef, perdas serão realocadas para outros mercadosA redução pela metade da cota de importação de aves da Rússia, de quase 700 mil toneladas para 350 mil toneladas, a partir de 2011 terá pouco impacto nas exportações brasileiras, disse nesta terça, dia 23, o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.

? Não que a Rússia não seja um mercado importante para o país. Ela é estrategicamente relevante para nós. Mas o volume, comparado com o total, é pequeno e podemos realocar essa eventual perda para outros mercados, como Oriente Médio, África do Sul, Irã, Iraque, entre outros ? disse o executivo.

No acumulado do ano até outubro, o Brasil embarcou 127,9 mil toneladas da proteína para a Rússia, enquanto o total das vendas externas foi de 3,184 milhões de toneladas, de acordo com dados da Ubabef. De janeiro a outubro de 2009, foram comercializadas à Rússia 63 mil toneladas.

? Não irá mudar nossos planos; teremos só que trabalhar outros mercados ? completou Turra.

Para o primeiro trimestre de 2011, o presidente da entidade espera que três novos mercados se abram para o frango brasileiro: Indonésia, Malásia e Paquistão. Esses países fazem parte da lista de 154 mercados para os quais o Brasil ainda não exporta carne de frango.

O Brasil possui uma cota de 100 mil toneladas de frango a ser exportada à Rússia.

? No começo deste ano eram 80 mil toneladas, mas com os entraves com os Estados Unidos, devido ao uso de cloro na higienização da carcaça das aves, proibido pela Rússia, passou para 100 mil toneladas. Mas já estamos exportamos mais que isso ? declarou Turra.

Segundo ele, o frango brasileiro tem boa receptividade entre os consumidores russos que o produto importado de outros países.

? Ainda acredito que a decisão de hoje pode não se confirmar. Nada como conversar ? disse.

Na sexta, dia 26, pela manhã, a Ubabef participa de reunião em Brasília (DF) para avaliar a possível entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), durante a qual se mapeará oportunidade para o setor de carnes brasileiro.