No primeiro trimestre, as importações de milho feitas pela China alcançaram 1,74 milhão de toneladas, mais de 300 vezes o volume do mesmo período do ano passado, segundo dados alfandegários divulgados hoje. Os Estados Unidos responderam por 99,5% desse comércio. Já as exportações caíram 50% no período. Em todo o ano de 2011, as importações somaram 1,75 milhão de toneladas e 96% delas foram dos Estados Unidos.
A especulação de que a China buscava no mercado de 500 mil a um milhão de toneladas de milho dos Estados Unidos puxou os preços do cereal na Bolsa de Chicago (CBOT) em cerca de 3%. No entanto, as companhias que coordenam os estoques estatais se recusaram a confirmar a compra, provavelmente temendo inflar os preços globais.
A estatal China Grain Reserves (Sinograin) informou nesta segunda, dia 23, que sua postura com relação às importações permanece a mesma.
— A Sinograin vai importar milho quando houver demanda no mercado e o preço estiver correto — afirmou o porta-voz Cheng Bingzhou, repetindo comentários feitos no mês passado pelo gerente-geral Bao Kexin.
Analistas domésticos dizem que os preços, atualmente cerca de 5% mais baixos do que no início do ano, estão em níveis suficientes para despertar o interesse da Sinograin. Mas reconhecem que a estatal tem sido “muito secreta” com suas compras neste ano. “Isso também ocorre porque a Sinograin está sensível a como as notícias impulsionam os preços domésticos à vista, que já estão bastante elevados”, comentou o analista Xu Wenjie, da corretora Zheshang Tianma Futures.
No porto de Dalian, o preço do milho à vista está em torno de 2.400 yuan/tonelada (1 yuan = US$ 0,16), o que já é 15% superior ao preço de oferta da Sinograin pelo milho doméstico, depois da última colheita. A Sinograin parece ter mudado também sua tática de compras no exterior, deixando de fazer compras grandes para fazer uma série de aquisições pequenas, desviando a atenção dos acordos, segundo um executivo de trading estatal de grãos. Autoridades disseram que o apetite da China por milho estrangeiro, puxado por uma mudança na dieta da população chinesa, deve aumentar.