Importação de milho pela China pode crescer 310% até 2018

Exportadores temem que a falta de fiscais nos portos brasileiros prejudique uma possível exportação de milho para a ChinaA China deve intensificar importações de milho, que podem crescer 310% entre 2014 e 2018. Com a projeção, o Brasil tem a oportunidade histórica de se consolidar como o segundo maior exportador mundial de milho. O mercado interessa aos produtores de Mato Grosso. O Estado acaba de finalizar uma safra recorde de milho safrinha com 22 milhões de toneladas.

Os produtores estocam o milho aguardando a recuperação dos preços do grão, cenário que seria diferente com o crescimento das exportações. Ano passado o Brasil foi beneficiado pela quebra da safra dos Estados Unidos e exportou maior volume, e pode voltar a sonhar com a participação maior no mercado.

Especialistas apontam que nos próximos cinco anos a China deve passar de exportador para importador de milho. O país está consumindo mais proteína.

As importações chinesas devem somar três milhões de toneladas até o final desse ano, mas para 2014, a expectativa é de que a China importe 10 milhões de toneladas, podendo chegar a 41 milhões de toneladas em 2018. Os dados são da Consultoria Agroconsult e já repercutem em Mato Grosso, Estado que tem excedente do cereal, diferente dos Estados do Sul que consomem o milho que produzem.

O produtor Gilmar Dall’Osbel investiu em tecnologia  nos 700 hectares cultivados no município de Querência. Ele diz que produzir para abastecer o gigante asiático é a parte mais fácil, o que preocupa são as deficiências na infraestura logística dos portos.

Exportação pode ser prejudicada

Exportadores de cereais do país temem que a falta de fiscais nos portos brasileiros prejudique uma possível exportação de milho para a China. Há seis meses o Brasil negocia a entrada do grão no mercado chinês, e a decisão pode estar perto de sair.
 
Das 80 milhões de toneladas de milho da última safra, 20 milhões foram exportadas. Entre os compradores estão o Japão e a Coréia do Sul. Agora, a China pode ser o próximo país a apostar no produto brasileiro. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não há mais pendências para que o acordo seja firmado. O país só espera uma resposta sobre dados fitossanitários enviados ao governo chinês.

O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, cobrou do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Rodrigo Figueiredo, um resultado sobre o trabalho de negociação entre os dois países. Segundo o secretário, ainda não há respostas sobre os documentos enviados à China.
 
O Ministério da Agricultura prometeu uma nova reunião com a Anec para os próximos dias. Desta vez, o encontro deve acontecer com os responsáveis pela negociação direta com a China. A idéia dos exportadores é pressionar o governo federal para obter o aval dos chineses à entrada do milho brasileiro.

Caso a liberação saia neste ano, o cereal brasileiro poderá ser exportado já na próxima safra. Mas os exportadores adiantam que podem ter prejuízos com a demora na emissão de certificados fitossanitários por falta de fiscais nos portos do país.
 
– Essa negociação estava acontecendo num determinado momento houve uma parada. Então, temos que instigar as autoridades e perguntar por que parou. A gente deixou bem evidente a falta de fiscais e temos exportado muito mais. São 20%. É o dobro de um recorde. Exportamos no ano passado, 22 milhões de toneladas. É evidente que o número de fiscais que estão atuando não vai dar conta de emitir todas as certificações. E existem portos muito importantes onde diminuíram o número de fiscais – disse Mendes.

Nesta quinta, dia 5, os fiscais federais agropecuários fizeram uma nova manifestação no Ministério da Agricultura. Entre as reivindicações da categoria está abertura de concurso publico para a contratação de mais funcionários. Eles também ameaçam greve de cinco dias a partir do dia 16 de setembro, caso não sejam atendidos. Na próxima segunda, dia 9, a categoria realiza assembléias nos Estados para decidir pela greve geral.

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