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Imposto argentino descapitaliza produtores e reduz investimento em tecnologia

Aplicação do I.V.A pelo governo Kirchner se torna pesadelo da agricultura no país vizinhoO município de Venado Tuerto está localizado a 378 quilômetros de Buenos Aires. É preciso rodar cinco horas para chegar à região, considerada a maior produtora de soja na Argentina. A área central do país será responsável por grande parte dos 53 milhões de toneladas do grão, que serão colhidos até o final desta safra. Cinco milhões a mais do que na safra passada. A área plantada também cresceu, cerca de 3%.

Veja também: Mesmo castigado pela seca, Uruguai garante sucesso no cultivo da soja

A primeira impressão pode ser positiva, mas a situação seria bem melhor não fosse a política agrícola do governo, acusada de sufocar o agronegócio na Argentina. Principalmente pelo chamado I.V.A, o Imposto de Valor Agregado. No momento da venda da soja, o produtor deixa 35% com o governo.
 
– Aqui eles têm um problema sério com as “retenciones”, que são os impostos que o governo acaba cobrando, que a Cristina é praticamente uma sócia. Trinta e cinco por cento do que os produtores produzem aqui. Então, realmente, eles têm que ser competentes aqui porque não é fácil ter que pagar 35% da produção total para o governo – relata o diretor de Assuntos Internacionais da Aprosoja Ricardo Arioli.

O produtor Walter Tossi não suportou a situação. Em 2010, plantou 8 mil hectares e reduziu a área para 6 mil. Hoje, quatro anos depois, cultiva 500 hectares e, para sobreviver, diversificou a produção: investiu em suinocultura e criou uma revenda de sementes e fertilizantes. Muitos seguiram o mesmo caminho.

– Tem muitas empresas que plantavam mais de 50 mil hectares e hoje plantam zero. E foram para Brasil, Uruguai. Ou, se ficaram, foi para fazer investimentos em outros países e não na Argentina – conta.

A situação de Tossi é um reflexo do momento que vive o setor na Argentina. O produtor, pressionado pelo governo, está descapitalizado e investindo menos em tecnologia. O resultado afetou todo setor produtivo.

A insegurança provocou uma mudança de comportamento. O produtor argentino não vende mais de maneira antecipada. Nesta época, há três anos, 60% da produção já estava comercializada. Agora são só 20%. O agricultor Diego Jorge cultiva três mil hectares e até hoje não reduziu a área plantada. Ao ser questionado como consegue manter a produção, ele contou que tem apenas oito pessoas trabalhando na propriedade, todas da família. Jorge não conseguiu renovar o maquinário e o investimento em tecnologia está congelado:

– É um pouco mais difícil que nos anos anteriores. Os preços internacionais não estão ajudando, e desta forma estamos resistindo e produzindo, e mantendo a produção.

Mesmo assim, a Argentina é considerada a terceira maior produtora de soja do mundo. Um gigante “adormecido”, que espera por dias melhores.

– Se algum momento as condições macro econômicas de Argentina trocam e tem um futuro mais rentável, a Argentina vai crescer em soja, milho, trigo. Porque tem potencial, tem terra e o produtor argentino tem gosto de incorporar novas tecnologias – espera o engenheiro Sebastian Gavalda.

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