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InBev é acusada de comercializar cerveja cubana ilegalmente

Família de Miami diz que marca Cristal está sendo traficada pela empresaA cervejaria belgo-brasileira InBev está sendo acusada de comercializar uma marca de cerveja ilegalmente. A família cubano-americana Blanco Herrera, de Miami, afirma que a empresa - que recentemente acordou fusão com a americana Anheuser-Busch - está comercializando a bebida Cristal, criada pela família, sem autorização. As informações são do jornal The Miami Herald.

Os Blanco Herrera alegam ter criado a marca antes de ser nacionalizada em 1960 pelo governo do então presidente cubano Fidel Castro. Ramón Blanco Herrera, cuja família fundou a cervejaria em Cuba em 1888, disse que os membros de sua família buscam “respeito em relação às reivindicações da propriedade”.

? Uma coisa é o governo comunista cubano traficar uma propriedade roubada e outra é uma respeitada multinacional como a InBev traficar conscientemente nossa propriedade sem nosso consentimento nem autorização ? declarou Blanco em comunicado.

? Podem usar termos jurídicos, mas o assunto é se os direitos de propriedade foram infringidos ? afirmou Nicolás Gutiérrez, advogado da família.

Segundo o Miami Herald, um dos diretores da InBev disse que a empresa “não infringe as leis americanas, nem européias, nem internacionais” com a fabricação, distribuição e venda das cervejas Beck’s, Bucanero, Cristal e Mayabe em Cuba. E explicou que a InBev mantém uma joint venture com o Ministério de Alimentação da ilha.

O advogado da família Blanco Herrera, por sua vez, afirma que seus clientes estão tentado sem êxito desde 2001 entrar em contato com a InBev para discutir o uso da marca Cristal. A situação se complica com a possibilidade da aplicação da fusão das duas cervejarias à lei Helms-Burton de 1996, que reforça o embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba desde 1961.

Ainda não está claro se a presença da marca Cristal no acordo de fusão das duas gigantes do ramo da cerveja poderia ser um contratempo para os distribuidores americanos. Segundo o Miami Herald, a situação poderia resultar em um espinhoso assunto para o candidato republicano à Casa Branca, John McCain, já que afeta as relações entre EUA e Cuba.

A mulher de McCain, Cindy, também é proprietária do terceiro maior distribuidor da Anheuser-Busch nos EUA.

Para Nicolás Gutiérrez, “todo este problema poderia ser resolvido se McCain dissesse: Não estou envolvido em assuntos empresariais, mas denuncio as operações da InBev em Cuba e, especialmente, o uso da propriedade confiscada”.

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