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Incêndio no Porto de Santos deve dificultar exportações de açúcar do Brasil

Especialistas afirmam que a remoção dos escombros e reabilitação de complexo portuário da Copersucar pode demorar até 18 mesesO incêndio que danificou instalações portuárias da Copersucar, maior exportadora brasileira de açúcar, pode prejudicar os embarques da commodity até pelo menos o ano que vem, com a fase mais crítica ocorrendo nos próximos meses, com a chegada de outros produtos agrícolas aos já sobrecarregados portos brasileiros.

O incêndio ocorrido na última sexta, dia 18, no Porto de Santos danificou cinco armazéns que a cooperativa usa para estocar e embarcar açúcar. O fogo ocorreu apenas alguns meses depois que a empresa investiu cerca de R$ 400 milhões para dobrar a sua capacidade exportadora no porto, terminal que responde por dois terços dos embarques de açúcar brasileiro.

– A questão agora é quanta oferta adicional o porto de Santos pode absorver – disse o analista sênior Stephen Geldart, da trading Czarnikow.

– O porto acabou de perder 25% de sua capacidade – acrescentou.

A Copersucar declarou força maior em alguns contratos de entrega após o incêndio, segundo a Louis Dreyfus Commodities. Um porta-voz da Copersucar disse ontem que não poderia confirmar a informação. O termo força maior se refere a uma cláusula geralmente incluída nesses contratos e que oferece às empresas certa margem de manobra quando circunstâncias extraordinárias, como incêndios, desastres naturais ou guerras, prejudicam sua capacidade de cumprir obrigações.

Especialistas disseram que a remoção dos escombros do incêndio e reabilitação de complexo portuário da Copersucar pode demorar até 18 meses. Isso significa que a capacidade brasileira de embarques poderia ficar comprometida até a colheita de 2015.

– Eu acho que os outros terminais vão ajudar com o transporte [de açúcar] – disse Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro. Três outros terminais de navios embarcam açúcar do porto de Santos, que, de acordo com autoridades portuárias, tem uma capacidade total para exportar cerca de 16 milhões de toneladas de açúcar por ano.

A Cargill e a Louis Dreyfus Commodities compartilham um terminal, enquanto a Rumo Logística, braço de transporte da processador de cana Cosan, gerencia o seu próprio. A Bunge opera o Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) com a ALL e o Grupo André Maggi.

A Rumo disse ter movimentado carga na sexta que se dirigia ao terminal da Copersucar em Santos e que estaria disposta a ajudar novamente, se necessário. A Rumo não deu detalhes sobre a carga movimentada na sexta. A Cargill e a TGG não quiseram comentar sobre a capacidade de seus terminais, nem se estão em conversações para aumentar os volumes de exportação.

A Copersucar é de longe a maior exportadora de Santos, com capacidade para armazenar cerca de 300 mil toneladas de açúcar, sendo responsável por quase metade da capacidade de armazenamento de açúcar do porto. Cerca de 180 mil toneladas de açúcar foram atingidas no incêndio da ultima sexta. A empresa também exporta açúcar do porto de Paranaguá (PR), por onde um terço do açúcar brasileiro destinado á exportação é embarcado. No entanto, o porto de Paranaguá também é um importante destino para as exportações de grãos saindo da região centro-oeste e sul do Brasil.

Com a proximidade de um novo ciclo de colheita de soja e milho, os portos devem se encher de grãos nos próximos meses.

– Vai ser muito complicado encontrar uma alternativa, especialmente porque outros portos estão trabalhando com contratos que se estendem até o final da safra em abril – disse a analista Nicolle Monteiro de Castro, da SA Commodities, corretora e agência de navegação de Santos.

– Nós ainda não temos certeza de como o açúcar do Brasil será enviado já que não há capacidade suficiente em outros portos.

Segundo Nicole, os embarques de portos da vizinha Argentina também estão fora de questão por causa dos altos custos envolvidos. 
 
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Agência Estado
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