– Não vai fazer sentido produzir açúcar. Haverá dificuldades para exportar e vender no mercado interno derrubaria muito os preços – disse Corrêa Carvalho, em evento em Ribeirão Preto (SP), nesta quinta, dia 31.
O Porto de Santos responde por 60% das exportações de açúcar do país e a Copersucar responde por 25% dessa movimentação. De janeiro a agosto deste ano, foram movimentadas 12,8 milhões de toneladas de açúcar no local.
A consultoria estimou que as unidades produtoras do Centro-Sul do Brasil irão processar 595 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2013/2014, abaixo das 603 milhões de toneladas projetadas em abril, mas 11,7% maior em relação à 532,76 milhões de toneladas moídas em 2012/2013. O processamento, contudo, pode variar ser 615 mi de ton a 580 mi de ton.
A produtividade da indústria (Açúcares Totais Recuperáveis, ou ATR) foi revisada de 137 kg para 133 kg por tonelada de cana.
– Neste ano, tivemos muitas chuvas, geadas, ventos que tombaram as plantações, doenças e outros fatores que prejudicaram a maturação das plantas – afirmou Carvalho.
De acordo com as estimativas, o Centro-Sul fechará a temporada com produtividade agrícola de 81 toneladas de cana por hectare. O mix de produção deve fixar em 45,6% da oferta de matéria prima para fabricação de açúcar. A projeção para a área plantada com cana ficou mantida em 7,6 milhões de hectares, com canaviais em 3,55 anos de idade média.
Com relação à produção de açúcar, a Canaplan estima agora 34,59 milhões de ton, praticamente igual as 34,09 milhões de ton produzidas em 2012/2013. A produção de etanol, por sua vez, deve aumentar 19,3% de uma safra para outra, alcançando 25,49 bilhões de litros na atual temporada.
Moagem em 2014/2015
De acordo com a primeira projeção de safra da consultoria Canaplan, a cana-de-açúcar disponível para moagem na safra 2014/2015, que se inicia em abril do próximo ano, deve ficar em 577 milhões de toneladas.
Segundo Carvalho, uma renovação menor de canaviais e cana remanescente do atual ciclo (bisada) em excesso (19 milhões de ton) devem responder por essa redução.
Endividamento é alto entre empresas sucroenergéticas
Dos 63 grupos sucroenergéticos presentes na carteira do Itaú BBA, apenas 19 conseguiram chegar ao fim da safra 2012/2013, em março passado, com fluxo de caixa livre para investimentos, afirmou o diretor da instituição, Alexandre Figliolino, no evento da Canaplan.
Segundo ele, o endividamento ainda continua alto entre as empresas. As companhias que conseguiram fechar a última temporada no azul o fizeram graças a um bom desempenho operacional, e não estritamente em virtude dos preços de açúcar e etanol, explicou. Boa parte das 63 companhias tem endividamento de R$ 100 a R$ 125 por tonelada de cana, complementou Figliolino. Os grupos da carteira do Itaú BBA têm capacidade de moer 430 milhões de toneladas de matéria-prima e, em 2012/2013, processaram 366 milhões de toneladas de cana.
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