No jornal Mercado & Companhia, o meteorologista Arthur Müller deu detalhes sobre previsão do tempo e a situação dos focos de incêndio em todo o Brasil. Imagens de satélite mostram a propagação da fumaça não apenas no Brasil, mas também em partes da América do Sul, como Bolívia e Paraguai, indicando a gravidade dos incêndios na região.
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Segundo Müller, os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que alguns municípios brasileiros estão registrando recordes históricos de focos de incêndio. Corumbá, no Mato Grosso do Sul, lidera com quase 4.500 focos. O meteorologista destacou um aumento alarmante de 2.000% nos focos de incêndio no bioma Pantanal e de 1.000% na região Norte em 2024, comparado a anos anteriores. “A situação é muito caótica, e setembro promete ser um mês difícil“, alertou Müller.
Além dos focos de incêndio, a baixa umidade relativa do ar é uma preocupação adicional. Mapas meteorológicos mostram áreas em estado de emergência, com umidade abaixo de 12% em grande parte do Centro-Oeste, interior do Sudeste e região do Matopiba. Müller recomenda que os produtores rurais evitem a exposição ao ar livre e se mantenham hidratados, pois as condições são perigosas, especialmente sem previsão de chuva significativa até outubro.
A única região com previsão de chuva nos próximos dias é o Sul do Brasil, devido à chegada de uma frente fria. No entanto, essa precipitação não será suficiente para aliviar as condições secas no Brasil Central. Em estados como o Acre e Rondônia, a chuva será mal distribuída e não resolverá os problemas de seca e incêndios.
Müller também mencionou o impacto dos incêndios na agricultura. A alta temperatura e a falta de chuva tornaram o terreno mais seco, comparável a um “barril de pólvora”. As condições climáticas, incluindo temperaturas acima de 30ºC e ventos fortes, aumentam o risco de incêndios, muitas vezes iniciados por pequenas fagulhas, acidentais ou intencionais.
Os produtores rurais devem ficar atentos, especialmente em áreas onde o vazio sanitário terminou, como no Mato Grosso. As altas temperaturas, que podem chegar a 42 ºC, e a falta de chuva até meados de outubro sugerem atrasos na semeadura e uma vigilância constante para evitar novos focos de incêndio.
“A situação exige muita atenção nos próximos 40 dias, especialmente nas regiões mais afetadas“, concluiu Müller, enfatizando a importância de monitoramento constante e medidas de mitigação para proteger tanto a produção agrícola quanto o meio ambiente.