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Incertezas penalizam produtores de soja de MT

Endividamento alto, clima estranho, renegociações pendentes e financiamentos difíceis se tornam a dura realidade dos maiores produtores da oleaginosa no país

As dificuldades encontradas pelos produtores de soja na última safra 2015/2016, elevaram as incertezas sobre o plantio da nova temporada. Os problemas climáticos trouxeram perdas para as lavouras de soja, que devem fechar com uma queda de aproximadamente 7% em Mato Grosso e para o milho, no qual a estimativa chega a perdas de até 30% do que seria colhido inicialmente. O resultado é um alto grau de endividamento dos produtores, que mal conseguem prever como serão seus próximos meses.

No começo da safra 2015/2016, a expectativa era boa para a produção de soja de Mato Grosso, com a expansão de 2,3% na área plantada, o esperado era uma produção de 28,9 milhões de toneladas, alta de 3,4%, se comparada à safra anterior. Entretanto os problemas climáticos que afetaram o país, com a chegada do mais forte El Niño dos últimos tempos, deu um banho de água fria no setor, que acabou registrando uma queda de 7%.

Essa redução acabou limitando a rentabilidade de muitos produtores do estado, que se viram obrigados a ter um bom resultado no milho de segunda safra para honrar os compromissos financeiros e talvez conseguir alguma margem. “Tivemos produtores que perderam quase 30% do que esperavam, que já é o suficiente para quebrar”, conta Rui Prado, presidente da entidade.
Hoje, a safra de milho está quase no final e segundo estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), as perdas devem chegar há quase 30% do esperado. “A colheita está praticamente encerrada e muitos produtores não irão nem colher o que sobrou, por não compensar colocar a colheitadeira no campo frente ao que conseguirão captar”, garante Prado.

Com isso, o endividamento que já era um grande problema para os produtores, começa a ganhar ares dramáticos. Prado conta que muitos produtores do estado mato-grossense estão tendo problemas para entregar o milho já vendido, mas não colhido e há empresas que não estão facilitando a renegociação. “Meu apelo é que as empresas aceitem conversar com os produtores para renegociar, assim todos saem ganhando”, alerta o executivo.

O resultado de tudo isso é uma grande incerteza sobre a safra de soja 2016/2017, já que boa parte dos produtores está endividado e não conseguem novos financiamentos. Sem falar nos custos de produção que seguem elevados e o dólar que segue oscilando. “Estamos sem condições de novos investimentos. Os custos não baixaram como esperavam. E essa oscilação do dólar não dá previsibilidade”, diz Prado. “Isso tudo pode quebrar o produtor.”

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