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Incidência de cancro cítrico bateu recorde em São Paulo em 2011

Doença avançou 125% entre 2010 e 2011, de 0,44% para 0,99%, índice recorde nos 13 anos em que a Fundecitrus apura o avanço de cancro no EstadoA incidência de cancro cítrico no Estado de São Paulo disparou 125% entre 2010 e 2011, de 0,44% para 0,99%, conforme levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O índice é recorde nos 13 anos em que a entidade apura o avanço da doença no Estado. O recorde anterior foi justamente em 1999, na primeira pesquisa, quando a incidência era de 0,70%.

– Esse momento exige profunda reflexão dos produtores, pois caminhamos para uma situação de perda total de controle dentro da política atual de supressão da doença – alertou Lourival Carmo Mônaco, presidente do Fundecitrus. A disparada nos casos de cancro no maior pomar comercial de citros do planeta começou em 2009, logo após o afrouxamento do controle das ações legais de erradicação da doença.

Com a incidência de cancro à época em apenas 0,14% dos pomares, o governo paulista, pressionado por produtores, revogou a obrigação de erradicação de talhões de pomares, com cerca de duas mil árvores cada, caso o índice de contaminação chegasse a 0,5%. Foi mantida apenas a obrigação de supressão das árvores com cancro em um raio de 30 metros de distância de outra contaminada.

Além disso, ainda em 2009, o Fundecitrus deixou as ações de defesa vegetal em São Paulo, feitas por meio de um convênio com a Secretaria de Agricultura do Estado.

– Além da mudança na legislação, são dois anos sem inspeção como deve ser feita, já que a Secretaria não tem inspetores para toda a área de citros no Estado – afirmou o gerente, Cícero Augusto Massari, do Departamento Técnico do Fundecitrus.

Segundo ele, o levantamento, feito por 80 inspetores em cerca de 11 milhões das 165 milhões de árvores de citros em São Paulo, apontou a existência de ao menos uma planta contaminada em mil talhões.

– Se extrapolarmos isso para todo o pomar a situação se mostra complicada – explicou Massari.

O levantamento apontou que a região mais afetada de São Paulo é a noroeste, com 7% dos talhões contaminados, ante 0,87% em 2009 e 2,55% em 2010. Na região oeste, a incidência cresceu 10 vezes entre 2010 e 2011, de 0,22% para com 2,2%.

As demais regiões seguem com índices inferiores a 1%. No norte, que não tinha casos em 2009, o índice foi de 0,23% em 2010 e 0,50% em 2011. Na região central, a incidência avançou de 0,11% para 0,41% entre 2009 e 2010 e recuou para 0,05% em 2011. No sul, saltou de 0,03% para 0,07% e para 0,27%.

Reunião

Na quinta, dia 12, o presidente do Fundecitrus alertou a secretária da Agricultura, Mônika Bergamaschi, sobre o atual cenário de incidência de cancro nos pomares paulistas, em uma reunião na Secretaria, em São Paulo. Ficou acertada a criação de um grupo de trabalho entre as duas partes para que medidas sejam tomadas em relação ao avanço da doença.

Por meio de nota, a Secretaria informou que os índices de ocorrência do cancro cítrico do Fundecitrus, “são um alerta para que as medidas de prevenção sejam revistas”. Segundo a Secretaria a parceria com o Fundecitrus “será retomada”, no entanto, não deve prever a volta da entidade às ações de defesa vegetal. Haverá, segundo o órgão, “um novo modelo, no sentido de intensificar os trabalhos de identificação e controle da doença, com foco na educação e na sensibilização do produtor rural”.

Ela lembrou ainda que o controle do cancro ocorre por meio do manejo, “de uma maneira relativamente fácil” já que a dispersão da doença entre plantas acontece de forma “mecânica”, ou seja, por plantas contaminadas, veículos, chuva e pessoas.

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