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Indefinição chinesa sobre importação de soja transgênica preocupa produtor do Brasil

País asiático não se manifestou sobre o pedido de aprovação da semente transgênica Intacta RR2, desenvolvida pela MonsantoA indefinição da China em relação à importação de produtos transgênicos causa apreensão entre os produtores brasileiros de soja, que têm no país asiático o principal destino de suas exportações.

– Não sabemos que rumo seguir. Não sabemos se devemos trilhar o caminho da transgenia ou da soja natural – afirmou, nesta sexta, dia 19, em Pequim, o senador Blairo Maggi (PPS-MT), depois de discutir o assunto com autoridades do Ministério da Agricultura da China.

O país asiático até hoje não se manifestou sobre o pedido de aprovação de uma semente transgênica desenvolvida pela Monsanto especialmente para a América Latina. A expectativa era de que a decisão tivesse sido anunciada há um ano. Segundo informação da Monsanto, o produto foi aprovado em cerca de 40 países e regiões, incluindo o Japão e a União Europeia. A China não revelou a razão da demora na análise da solicitação.

Sem o sinal verde do maior comprador mundial de soja, a nova semente, batizada de Intacta RR2, não pode ser utilizada pelos agricultores brasileiros. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, disse em Pequim que a Monsanto possui três milhões de sacas da semente, que seriam suficientes para plantar 10% da área destinada à soja no Brasil. Se não houver aprovação da China até setembro, o produto terá que ter outro destino, em uma repetição do que ocorreu na safra do ano passado.

Maggi disse que o setor não pode correr o risco de “contaminar” navios com um produto que ainda não teve o aval de autoridades do país importador.

– Confesso que volto ao Brasil com mais dúvidas do que tinha quando cheguei aqui – afirmou o senador, em referência à posição da China diante de produtos agrícolas geneticamente modificados.

Até 2012, as autoridades de Pequim aprovavam sem problemas os pedidos de certificação de sementes transgênicas, ressaltou Maggi. Não está claro o que provocou a mudança de posição e o aparente endurecimento das autoridades chinesas – além da Intacta RR2 da Monsanto, há outros 18 casos pendentes, incluindo o da Cultivance, uma semente elaborada em conjunto pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Basf.

A percepção do público chinês em relação a produtos geneticamente modificados se tornou mais negativa depois da divulgação, em setembro de 2012, de que estudantes do país foram usados em um estudo de quatro anos sobre um tipo de arroz enriquecido com vitamina A. A internet foi inundada com comentários críticos, que apontaram a utilização de crianças como cobaias em um experimento com produtos transgênicos. O assunto foi levantado nesta sexta por um repórter da agência oficial de notícias Xinhua durante a entrevista que Maggi e Silveira concederam na capital chinesa.

O senador afirmou que as sementes usadas pelos agricultores brasileiros não são desenvolvidas em pesquisas que envolvem humanos e só chegam ao mercado depois de comprovada a sua segurança. Os produtos transgênicos aumentam a produtividade agrícola e reduzem a necessidade do uso de agrotóxicos, mas sua utilização exige o desenvolvimento periódico de sementes, capazes de resistir a novas pragas.

– O que nos preocupa é o longo prazo – ressaltou Silveira. Maggi, um dos maiores produtores de soja do Brasil, disse que o setor precisa de uma sinalização, para decidir que tipo de soja irá cultivar.

– A decisão da China vai determinar os caminhos trilhados pelo Brasil, Argentina e Estados Unidos – observou, mencionando os três grandes produtores mundiais de soja.
 

Agência Estado
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