Indicação geográfica é ferramenta de política agrícola, atesta gestor francês

Sistema é passaporte para exportação, além de conservação de patrimônio culturalMarcas de qualidade, como a indicação geográfica, são ferramentas importantes de política agrícola, atesta o representante do Ministério da Alimentação e Agricultura da França, Alain Berger.

O técnico conta que o sistema é uma forma de preservar a atividade econômica em determinados territórios, já que a França é um país pequeno e sem condições de expandir a produção agrícola para novas áreas. Berger é um dos integrantes da delegação europeia presente no Seminário Internacional sobre Marcas de Qualidade ? Instrumento de Política de Valorização de Produtos Agropecuários, realizado na capital paulista entre os dias 19 e 21 de maio.

Conforme o representante do governo francês, há mais de 500 produtos no país com indicação geográfica ou denominação de origem. Dentre eles, o Cognac, o Champagne, os vinhos Bordeaux e Landeguedoc, o queijo Roquefort e o azeite Baux Valley, marcas internacionalmente reconhecidas. Ele informa que esses produtos rendem 20 bilhões de euros ao ano e envolvem 120 mil propriedades rurais na França, 25% do total.

A indicação geográfica, explica, significa um passaporte para exportação, mas também representa a conservação de um patrimônio cultural, de tradições passadas de geração em geração.

? O produto é único, carrega características naturais da região onde é produzido, como solo, clima, meio ambiente e a forma de trabalho do homem. E o consumidor está disposto a pagar por essa originalidade ? afirma Alain Berger. Segundo ele, a marca de qualidade chega a agregar 30% mais no valor de um queijo e 230%, de um vinho.

? Na França produzimos 300 milhões de garrafas de champagne em um mercado de dois bilhões de garrafas de espumantes. É um número significante ? completa.