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Indicador do milho beira R$ 50 a saca

Média de março, de R$ 47,78/sc, é a maior desde fevereiro de 2008

A colheita do milho verão segue bem, mas a disponibilidade imediata ainda é considerada pequena e isso tem levado compradores a acirrar a disputa pelo cereal. Segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), desde o início da segunda quinzena de março, o Esalq/BM&FBovespa (base Campinas-SP) vem beirando os R$ 50 a saca de 60 kg – nessa terça, dia 5, fechou a R$ 49,34/saca de 60 kg. 

Em março, a alta acumulada foi de quase 14% e, no ano, de expressivos 34%, ou de R$ 12,51 a saca. A média de março, de R$ 47,78/sc, é a maior desde fevereiro de 2008, em termos reais. 

De acordo com pesquisadores do Cepea, a situação de baixa oferta interna decorre do bom ritmo das exportações nos últimos meses. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em março, saíram de portos brasileiros 2,02 milhões de toneladas que, somadas as 5,37 milhões de toneladas exportadas em fevereiro, totalizam 7,39 milhões de toneladas.

Como o estoque final da temporada (no encerramento de janeiro de 2016) era de 10,54 milhões de toneladas, conforme estimativa da Conab, restariam apenas 3,14 milhões de toneladas, equivalentes ao consumo interno (linear) de pouco mais de uma quinzena – a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima consumo interno de 58,39 milhões de toneladas nesta safra 2015/2016. 

A disponibilidade imediata de milho, no entanto, tem sido reforçada pela colheita da safra verão. Com a pouca oferta no mercado interno, têm se observado aumento do interesse de compradores por negociações antecipadas, algo não usual para este período do ano. A preocupação em garantir o volume de milho necessário para os próximos meses tem levado esses agentes a apresentar comportamento bastante agressivo no mercado, competindo diretamente com traders, segundo levantamentos do Cepea. 

Com dificuldade de encontrar o cereal no mercado interno, principalmente em grandes lotes, agentes ligados à produção de proteína animal já tem feito algumas importações de países vizinhos como Paraguai e Argentina. 

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