O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ficou estável em novembro em comparação com o mês anterior. A média ficou em 120,4 pontos no décimo primeiro mês do ano, sem variação ante a média revisada de outubro. A FAO atribui o resultado ao aumento nos índices de óleos vegetais, produtos lácteos e açúcar, que foram contrabalanceados pelas baixas nos índices de cereais e carnes. Em comparação com o mesmo mês em 2022, o índice recuou 14,4 pontos (10,7%).
O subíndice de preços dos cereais registrou média de 121 pontos em novembro, 3,7 pontos (3%) a menos ante outubro, e 29,1 pontos (19,4%) abaixo do valor de um ano atrás. O recuo ocorreu pela queda nos preços globais dos grãos, disse a FAO.
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O milho foi pressionado pelo aumento de vendas da Argentina e pela estimativa de produção maior nos EUA. Os preços do trigo caíram 2,4%, com aumento da oferta sazonal da Argentina e da Austrália, e avanço na colheita russa. Entretanto, a cevada e o sorgo tiveram ligeiros aumentos nos preços, enquanto o arroz manteve a estabilidade.
Em relatório separado, a FAO acrescentou que prevê uma produção recorde de cereais neste ano, de 2,823 bilhões de toneladas, cerca de 10 milhões de toneladas acima do recorde anterior de 2021.
O levantamento mensal da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos óleos vegetais registrou média de 124,1 pontos em novembro, 4,1 pontos (3,4%) a mais em relação a outubro, após três quedas mensais seguidas.
Conforme a FAO, os ganhos foram impulsionados pelos preços mundiais mais altos do óleo de palma e do óleo de girassol. O óleo de palma subiu mais de 6%, sustentado por compras mais ativas de países importadores. Entretanto, os preços internacionais do óleo de soja e do óleo de colza recuaram. O óleo de soja caiu ligeiramente com a demanda global contida, “superando o efeito das perspectivas de menor produção de soja no Brasil”, disse a FAO.
O subíndice de preços da carne da FAO teve média de 111,8 pontos em novembro, recuo de 0,4% em relação a outubro e 2,8 pontos (2,4%) abaixo da pontuação de um ano atrás, refletindo pequenas reduções nos preços de carnes de aves, suínas e bovinas.
Em relação à carne de aves, a FAO disse que os preços caíram com o aumento da oferta, principalmente do Brasil, apesar dos desafios da gripe aviária em muitos países. Os preços da carne suína recuaram com a lentidão na demanda do mercado asiático. Já a carne bovina foi pressionada pela ampla oferta disponível do Brasil e da Oceania.
O relatório mostrou, ainda, que o subíndice de preços de lácteos teve uma média de 114,2 pontos em novembro, um aumento de 2,5 pontos (2,2%) em relação a outubro, a segunda alta mensal seguida, mas ainda 23,2 pontos (16,9%) abaixo do valor de novembro de 2022.
Conforme a FAO, no mês passado, as cotações internacionais de manteiga e leite em pó desnatado aumentaram com a alta demanda do Nordeste Asiático e maior demanda interna na Europa Ocidental. O leite em pó integral foi afetado pelos mesmos fatores, mas o preço foi pressionado pela demanda contida. “Em contraste, os preços mundiais de queijo continuaram a tendência de queda por causa de amplas ofertas exportáveis”, disse a FAO.
De acordo com a instituição, o subíndice de preços do açúcar teve uma média de 161,4 pontos em novembro, aumento de 2,2 pontos (1,4%). As cotações internacionais ficaram 47 pontos (41,1%) acima dos níveis do mesmo mês do ano passado.
O avanço é atribuído às preocupações com a disponibilidade global para exportação, com perspectivas pessimistas para a produção da Tailândia e da Índia em virtude das condições de seca associadas ao El Niño.
Além disso, atrasos no transporte do Brasil e o real fortalecido ante o dólar contribuíram para o aumento geral dos preços. “No entanto, o forte ritmo de produção no Brasil e os preços internacionais mais baixos do petróleo limitaram o aumento mensal”, disse a FAO.
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