O índice de preços Ceagesp encerrou julho com uma queda de 2,38% em relação ao mês anterior, uma diminuição de 0,47 ponto percentual.
É a quarta queda consecutiva do índice desde o mês de abril, registrando um acumulado de -14,18% no período e -0,05% no acumulado do ano.
O destaque do período ficou com o setor de verduras.
De uma maneira geral, o setor vem passando por um processo de realocação dos preços devido aos altos valores registrados no início do ano.
Os itens que compõem esta cesta de produtos estão com boa oferta no entreposto da capital. As férias escolares diminuíram a demanda de alguns produtos do setor. Portanto, a junção de todos esses fatores contribuiu para um arrefecimento de preços.
Setores
O setor de frutas apresentou uma alta nos preços de 3,06%.
Dos 38 itens cotados nesta cesta de produtos, 71,05% apresentaram variação positiva de preços.
As principais altas ocorreram nos preços da melancia (+63,79%), do mamão formosa (+25,74%), da banana nanica (+23,26%), da banana prata (+15,11%) e da manga tommy atkins (+7,76%).
As principais reduções ocorreram nos preços do morango comum (-34,14%), do maracujá azedo (-29,34%), do mamão havaí (-25,39%), do caju (-12,32%) e do coco verde (-12,18%).
O tempo quente e seco favoreceu o consumo de frutas tais como melancia, mamão e manga, pressionando positivamente o setor na composição do índice.
Os agentes de mercado explicam que houve redução na área plantada de melancia, resultando assim em uma oferta controlada do produto no entreposto da capital.
Comparando-se ao mesmo período do ano passado, a melancia está com uma redução na oferta de 21,22%.
Na mesma comparação, o mamão formosa apresentou uma redução na oferta de 19,21%. Apesar de as bananas apresentarem estabilidade na oferta, os preços para este item se mantiveram acima da média para o período.
O setor de legumes apresentou uma queda nos preços de 13,53%.
Dos 33 itens cotados nesta cesta de produtos, 78,79% apresentaram uma variação negativa de preços.
As principais reduções ocorreram nos preços da abobrinha italiana (-37,49%), do quiabo liso (-37,34%), do pimentão amarelo (-30,83%), do pepino japonês (-28,91%) e da abobrinha brasileira (-26,30%).
As principais altas ocorreram nos preços do jiló (+28,70%), da pimenta cambuci (+27,39%), da abóbora seca (+18,16%), do pepino comum (+4,42%) e da batata-doce rosada (+3,58%).
O maior destaque do período, quando comparado ao mês anterior, ficou com a abobrinha brasileira, cuja oferta aumentou em 87,30%. Outros aumentos importantes de oferta foram os do quiabo liso, com 32,77%, e do pepino japonês, com 25,72%. Estas normalizações das quantidades, outrora inferiores, culminaram em reduções de preços para o mês em análise.
O setor de verduras apresentou uma queda nos preços de 17,56%, a maior entre todos os setores.
Dos 38 itens cotados nesta cesta de produtos, 94,74% apresentaram variação negativa de preços.
As principais reduções ocorreram nos preços do coentro (-57,62%), da couve (-45,52%), do repolho verde (-31,24%), da salsa (-27,93%) e da couve-flor (-26,94%).
As principais altas ocorreram nos preços do salsão (+20,86%), do orégano (+5,22%) e do milho verde (+2,86%).
Como destacado anteriormente, o setor de verduras vem passando por um período de realocação dos preços, haja vista os altos valores registrados no início do ano. Dessa forma, o setor segue em uma trajetória decrescente de preços.
O setor de diversos apresentou uma queda nos preços de 5,78%. dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 36,36% apresentaram variação negativa de preços.
As principais reduções ocorreram nos preços da batata lavada (-28,79%), da batata asterix (-23,59%), do amendoim com casca (-5,48%), do milho de pipoca (-0,61%) e do alho importado arg. (-0,26%).
As principais altas ocorreram nos preços do coco seco (+16,38%), da canjica (+15,28%), da cebola nacional (+8,39%), dos ovos vermelhos (+3,13%) e dos ovos brancos (+2,00%).
A queda de preços no setor de diversos foi puxada pelas batatas, que estão com boa produção nas principais regiões de cultivo.
O setor de pescados apresentou uma queda nos preços de 1,07%. dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 71,43% apresentaram uma variação negativa de preços. as principais reduções ocorreram nos preços do badejo (-68,18%), da anchova (-26,95%), da abrótea (-17,87%), da cavalinha (-17,56%) e do curimbatá (-16,39%).
As principais altas ocorreram nos preços do bagre de água salgada (+70,45%), do robalo (+14,16%), da pescada tortinha (+13,43%), do salmão (+11,37%) e da corvina (+7,65%).
Tendência do índice Ceagesp para o próximo mês
Algumas frutas cítricas que possuem peso elevado para o setor estão em final de “safra”, podendo impactar positivamente no índice do mês de agosto.
Com as frentes frias e as precipitações previstas para o período, poderá haver impacto nos preços dos produtos comercializados na Ceagesp caso as temperaturas sejam baixas ou as precipitações elevadas em alguma região produtora.
Por outro lado, as chuvas em volume adequado podem ajudar nas culturas de campo aberto, amenizando os problemas da estiagem do mês de julho. A quantidade de chuvas e de frio nas regiões produtoras e a diminuição da oferta dos cítricos irão modular os preços do mês de agosto.