O índice de preço dos alimentos medido pela FAO, que monitora a oscilação mensal de uma cesta de commodities, atingiu 225 pontos no mês passado, queda de 2% ante agosto. Embora esteja apenas 13 pontos abaixo do recorde observado em fevereiro e supere o patamar registrado em setembro de 2010, o indicador registrou o terceiro mês consecutivo de declínio das impetuosas alturas alcançadas neste ano.
O recuo das cotações, particularmente dos grãos, do açúcar e dos óleos vegetais, foi desencadeado tanto por temores sobre uma desaceleração econômica global como pela firmeza da moeda norte-americana, além de melhores perspectivas de oferta em muitos mercados agrícolas, explicou a FAO.
Segundo a organização, as amplas ofertas (de grãos e oleaginosas) do Mar Negro exerceram pressão sobre os preços de outras origens. A firmeza do dólar contribuiu para o declínio de preço, afirmou a FAO.
A FAO elevou sua estimativa da produção mundial de cereais na temporada 2011/12 em 3 milhões de toneladas, para 2,31 bilhões de toneladas, alta de 3% na comparação com 2010/11, graças a um aumento de 4,6% na safra de trigo e à colheita maior de arroz.
A organização também previu uma queda de 2% na utilização de cereais, basicamente devido à redução acentuada do crescimento da produção de etanol a partir de trigo e milho, que agora deve subir apenas 2% em 2011/12, ante 5% na temporada anterior.
Todavia, a FAO alertou que, mesmo com expectativas melhores sobre a safra global, a perspectiva continua “incerta” para os países do mundo com maior insegurança alimentar, considerando a piora do clima econômico e o baixo nível dos estoques mundiais. Apesar desta otimista perspectiva de produção, o impacto na segurança alimentar segue incerto, dada a atual desaceleração econômica internacional, afirmou a organização.
Os preços globais dos grãos, medidos pelo índice de cereais da FAO, caíram 3% em setembro, para 245 pontos, esticando a tendência de baixa vista desde abril, de acordo com a organização. Contudo, a entidade observou que, com as cotações ainda em níveis historicamente elevados, “a safra deve continuar uma opção atraente para os produtores.” As informações são da Dow Jones.