A queda na produtividade das lavouras de milho dos Estados Unidos, a demanda voraz da China por soja e a redução dos estoques de açúcar ajudaram a elevar os preços das commodities agrícolas em geral. Em relatório divulgado nesta terça, dia 2, a FAO avaliou que essas cotações devem continuar elevadas em novembro.
O índice da FAO é composto pela variação mensal nos preços internacionais de uma cesta de commodities e é acompanhado por analistas e investidores como uma referência para a tendência dos preços dos alimentos.
Em junho de 2008, quando o mundo vivia uma crise na oferta de comida, o índice chegou ao recorde de 213,5. Agora, com problemas climáticos em grandes produtores e exportadores de grãos pelo mundo, como Rússia, Ucrânia, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Brasil, Paquistão e Sudeste Asiático, o indicador pode seguir em direção a aquele nível histórico.
Abdolreza Abbassian, secretário do Grupo Intergovernamental para Grãos da FAO, disse que a estiagem nos Estados Unidos e as condições adversas que persistem na Rússia tornam improvável uma queda de preços em novembro. Consultorias privadas já indicam que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deve reduzir ainda mais sua estimativa para a produção de milho no país em 2010/11 no relatório mensal da próxima terça, dia 9. Há preocupações também com as lavouras de trigo de inverno.
Outra causa de preocupação é que a troca de culturas que deve ser adotada pelos produtores de trigo da Rússia. Eles devem preferir o plantio de oleaginosas em 2010/11 por causa da proibição das exportações de grãos, disse Abbassian. Se isso ocorrer, as cotações do trigo deverão subir ainda mais. Na Bolsa de Chicago, as cotações da soja, do milho e do trigo acumulam altas de 20%, 30% e 13%, respectivamente em 2010.
Segundo Abbassian, o índice dos preços do açúcar da FAO está no maior nível desde que a entidade começou a calculá-lo, em 1990. Na Bolsa de Nova York, as cotações da commodity acumulam alta de 40% em 2010. As informações são da Dow Jones.