Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto fica em 0,20%, aponta IBGE

Maior variação ocorreu no setor de alimentos, que apresentou alta de 3,64%Em agosto de 2011, 11 das 23 atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram alta de preços, contra dez do mês anterior. As quatro maiores variações de agosto em relação a julho foram em alimentos (3,64%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (3,09%), metalurgia (-2,17%) e têxtil (-2,02%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de agosto contra julho (0,20%) foram os de alimentos (0,66%).

O indicador acumulado de 2011 atingiu 0,79% em agosto, contra 0,59% em julho. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem calçados e artigos de couro (10,75%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-10,39%), borracha e plástico (8,54%) e produtos de metal (-6,90%). Os setores com maior influência foram outros produtos químicos (0,49%), refino de petróleo e produtos de álcool (0,38%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,38%) e borracha e plástico (0,30%).

Na comparação com o mesmo mês de 2010 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 4,28% em agosto, contra 4,83% em julho. As quatro maiores variações de preços ocorreram em têxtil (16,11%), alimentos (15,99%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-14,50%) e calçados e artigos de couro (12,35%). As principais influências na comparação de agosto contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (2,68%), outros produtos químicos (1,13%), refino de petróleo e produtos de álcool (0,71%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,57%).

Em agosto, os preços dos alimentos variaram 3,64% em relação a julho. As quatro maiores influências neste indicador respondem por 2,17% desta taxa, sendo todas devidas a variações positivas de preços. Entre estes produtos, vale observar a presença de açúcar cristal (com destaque na influência) e açúcar refinado de cana (variação e influência). Depois de cinco taxas consecutivas de variações negativas de preços, a de agosto é a segunda positiva em sequência. Com isso, o acumulado em 2011 volta a ser positivo (0,09%), fato que não ocorria desde fevereiro. No acumulado em 12 meses, os preços de agosto de 2011 estão em média 15,99% maiores do que os de agosto de 2010, número maior do que o observado em julho (15,20%). As quatro maiores influências neste indicador respondem por 8,25%, e se devem aos dois tipos de açúcares já citados, óleo de soja em bruto, mesmo degomado e sucos concentrados de laranja.

Vale observar que, em agosto, a variação positiva de preços em alimentos teve influência destacada nas comparações com o mês anterior e com agosto de 2010, mas não no acumulado em 2011. Isso mostra, por um lado, o movimento mais abrupto ocorrido em agosto e, por outro, o nível alto que o setor ainda mantém, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a despeito das variações negativas ocorridas de fevereiro a junho.

Têxteis apresentaram variação negativa (2,02%) em agosto, mantendo a tendência registrada nos últimos quatro meses, que acumulam variação negativa de 6,05%. O setor acumula em 2011 alta de 4,67% (6,83% em julho), mesmo cenário na perspectiva da comparação com agosto de 2010, cuja variação segue positiva em 16,11% (19,79% em julho). Os produtos que, na comparação com o mês anterior, apresentaram maior variação percentual, todos com variação negativa, foram: fios de algodão retorcidos; fios de algodão singelos; almofadas, travesseiros e semelhantes; e tecidos de algodão tintos ou estampados, exceto combinados. Nos acumulados em 2011 e em 12 meses, os produtos de algodão (em particular os tecidos) continuam com variação e influência positivas, efeito do aumento do algodão observado principalmente até o início de 2011.

A variação negativa de 0,28% ocorrida em refino de petróleo e produtos de álcool no mês de agosto fez com que com o acumulado em 2011 (3,55%) recuasse a níveis um pouco menores do que aquele observado em junho (3,59%). Nos últimos quatro meses, os preços dos produtos desse setor acumularam uma variação negativa de 2,43% contra uma positiva de 6,13% ocorrida até abril. Três produtos com destaque na variação negativa de preços na comparação mensal aparecem igualmente entre os mais influentes: naftas, álcool etílico (anidro ou hidratado) e querosenes de aviação. Os preços do setor estiveram 6,50% maiores do que aqueles de agosto de 2010. Naftas e álcool etílico (anidro ou hidratado), querosenes de aviação e óleos lubrificantes básicos aparecem com destaque na influência deste indicador, respondendo por 6,47% da variação observada.

Outros produtos químicos apresentaram variação negativa de 2% em relação aos preços de julho deste ano, repetindo a tendência apresentada no mês passado (-2,09%). O setor acumula no ano uma alta de 4,76%. Em agosto do ano passado, o setor acumulava variação de 8,87%. Na comparação com agosto de 2010, a variação ficou em 11,38%. Alguns produtos ligados à indústria petroquímica ? etileno (eteno) não-saturado e propeno (propileno) não-saturado, estireno e PVC ? continuam influenciados pela queda nos preços internacionais.

Já o grupo de produtos ligados à fabricação de intermediários para fertilizantes registrou alta, o que tem a ver com o aumento de preços do setor alimentar. No geral, os quatro principais produtos do setor representaram -2,1% da variação mensal de -2% da atividade. No acumulado do ano e em 12 meses, os produtos ligados à cadeia do petróleo sustentaram os preços da borracha de estireno-butadieno e do propeno (propileno) não-saturado. Nos aumentos em 2011, aparecem como destaque também o dióxido de titânio e os superfosfatos (adubo) e, no acumulado em 12 meses, a amônia e o sulfato de amônia ou ureia.

Em agosto de 2011, os preços de borracha e plástico apresentaram variação positiva de 0,43%. A variação acumulada em 2011 foi de 8,54%, com todas as variações mensais no período positivas e aumento médio de 1,03% ao mês. No acumulado em 12 meses, o setor apresentou alta de 7,93%, menor que a verificada em julho para o mesmo período (8,17%). Chama atenção o fato de pneumáticos novos para automóveis e utilitários terem influência negativa na variação mensal. Pneumáticos novos para motocicletas apresentaram variação positiva de preço em todas as comparações.