A entrada da safra de soja ajudou a derrubar os preços dos alimentos na porta de fábrica em fevereiro, dentro do Índice de Preços ao Produtor (IPP). Quatro produtos foram responsáveis por boa parte do recuo de 2,56% na atividade de fabricação de produtos alimentícios no mês: tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja; óleo de soja em bruto; carnes de bovinos frescas ou refrigeradas; e sucos concentrados de laranja.
A queda nos preços dos alimentos foi a maior desde o início da série histórica do IPP, em janeiro de 2010.
– Tem um fator de sazonalidade sim (para o recuo nos alimentos em fevereiro), mas a queda foi maior este ano – notou Cristiano Santos, técnico do IPP na Coordenação de Indústria o IBGE.
Segundo o pesquisador, os dois itens ligados à soja tiveram grande peso no resultado total, embora fevereiro tenha mostrado uma tendência negativa para todos os produtos da atividade de alimentos.
– A safra de soja entrou, isso influencia não apenas os produtos de soja, mas a cadeia como um todo, como as carnes, por causa da ração para os animais – contou Santos.
Em fevereiro de 2013, 13 das 23 atividades apresentaram variações positivas na comparação com o mês anterior. Entre as maiores variações, estão as registradas nos setores de alimentos (-2,56%) e fumo (-2,02%). O indicador acumulado no ano (fevereiro/13 contra dezembro de 2012) atingiu -0,43%. Ao comparar fevereiro de 2013 com fevereiro de 2012, a variação de preços ocorrida foi de 7,73%.
Fumo
Em fevereiro de 2013, os preços do setor tiveram variação negativa de 2,02% na comparação com janeiro, a maior redução desde fevereiro de 2012, sendo que, em razão da variação negativa anteriormente mencionada, o resultado do acumulado de 2013 ficou em -0,91%. Já no comparativo com fevereiro do ano anterior (12 meses), o resultado ficou em 23,32%, o que se deve aos fatores climáticos que dificultaram a produção, com consequente elevação de preços, a regulamentação do governo que estipulou um preço mínimo para o cigarro e principalmente a variação cambial de 14,8%.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada no site do IBGE.