Segundo o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, o indígena tem que ser o protagonista da sua própria história e ter autonomia para suas escolhas.
“Ele não deixa de ser indígena por buscar melhores condições de vida”, afirmou durante uma entrevista para o Canal Rural.
De acordo com Xavier, nos últimos 3 anos, os investimentos em etnodesenvolvimento foram de aproximadamente R$ 40 milhões. “Cada vez mais os indígenas procuram a Funai para se inserir nesta nova modalidade e auferir renda”, disse.
Em relação ao tema licenciamento ambiental, o presidente da Funai explicou que é preciso conversar muito com as comunidades para permitir que obras prioritárias e estratégicas do Brasil tenham andamento. “Inclusive porque as comunidades serão beneficiadas com essas obras”, disse.
Sobre mineração em terras indígenas, Xavier disse que o cenário atual não é bom nem para o índio e nem para o garimpeiro. “Os dois são vítimas. Eu acho que precisamos fazer um grande debate sobre o que queremos de solução para esse problema. O Estado precisa tratar a questão com responsabilidade e transparência e realizar a vontade do constituinte originário, de 1988, que determinou que isso fosse regulamentado”, defendeu.
O presidente da Funai disse que é favorável ao marco temporal. “Traz segurança jurídica. Hoje, nós temos na Funai aproximadamente 490 pedidos de reivindicação de área. Estimamos que se a tese do marco temporal for alterada, nós teremos de 35% a 40% do território de áreas indígenas”.