Segundo o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína (MT), Antônio Carlos Ferreira Aquino, os manifestantes reivindicam ações de reparação porque a hidrelétrica está sendo construída em cima de um cemitério sagrado para eles.
? Eles não querem dinheiro em mãos (…), o que eles querem é um programa de sustentabilidade da área que venha ressarcir a perda que eles tiveram com esse sítio arqueológico ? explica Aquino.
De acordo com o coordenador da Funai, não há violência no local, que está ocupado desde às cinco horas da manhã deste domingo. Entretanto, Paulo Rogério Novaes, gerente de Meio Ambiente da Companhia Águas da Pedra, responsável pela usina, diz que tem receio pelos trabalhadores que estão presos na área.
? Eles disseram que, se em dois dias não aparecerem autoridades para resolver o problema, vão colocar fogo em todo o canteiro de obras ? alega Novaes.
Na versão dele, os índios reivindicam condições sociais melhores, como acesso à educação e à saúde, melhoria das estradas de acesso às aldeias e inclusão no programa Luz para Todos.
? São problemas que o Estado tem que resolver, mas eles acham que são responsabilidades da usina ? afirma o gerente da Águas da Pedra.
Segundo ele, a hidrelétrica não funcionará com represas e seu impacto ambiental é baixo. Com isso, os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância.
? Nós temos um programa de ações mitigadoras que trata de medidas de apoio social. Só que esse programa foi entregue à Funai em 2005 e, até hoje, não obtivemos resposta. Queremos fazer alguma coisa, mas estamos esperando para saber o que e como ? alega Novaes.
A conclusão das obras da Usina de Dardanelos está prevista para até o fim deste ano. A expectativa tanto do coordenador da Funai quanto do gerente da Águas da Pedra é de que autoridades do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério de Minas e Energia e da Funai cheguem nesta segunda, dia 26, à região.