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>>Colheita mecanizada de cana em São Paulo atinge 72,6% da área
Esse total vai além do valor investido na compra de colheitadeiras, englobando diversos tipos de equipamentos necessários para a implantação da colheita mecanizada. Foram 5.700 caminhões e semi-reboques, 3.400 colhedoras, 13.600 transbordos e 6.800 tratores reboque, equipamentos que estão ajudando a deixar ainda mais sustentável a colheita da cana.
Somente na safra 2012/2013, o percentual de matéria-prima colhida de forma mecanizada alcançou 72,6% no estado de São Paulo, número que representa 3,38 milhões de hectares. Essa área equivale a 22 vezes a cidade de São Paulo, ou mais de 4,8 milhões de campos de futebol.
Apenas no segmento de colhedoras, as fabricantes esperam saltar de cerca de 6 mil unidades vendidas em 2012 para aproximadamente 9 mil unidades em 2013, um crescimento na casa de 50%. A Case IH, por exemplo, uma das principais do segmento, registrou no primeiro semestre de 2013 um crescimento de 62% nas vendas de colheitadeiras e de 53% em tratores, comparado com o mesmo período de 2012. Não por coincidência, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a empresa é uma das que mais crescem na área de equipamentos agrícolas no Brasil.
– Em 2012, a Case IH foi a empresa que mais aumentou sua participação no mercado de tratores e colheitadeira, além de ser a única marca que cresceu nos dois produtos. Em 2013, os resultados são ainda melhores. O mercado de colhedoras de cana também se mostra bem-aquecido, ainda mais com relação à confiança nas novas tecnologias da Case IH. A marca registrou um aumento nas vendas de 75% entre janeiro e agosto com relação a 2012, enquanto o setor cresceu cerca de 40% – ressaltou o diretor Comercial da Case IH para o Brasil, César Di Luca.
Mecanização, ganhos sociais e ambientais
O responsável pelo projeto Etanol Verde da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), Ricardo Viegas, concorda que a cadeia produtiva da cana, principalmente as unidades instaladas em São Paulo, está em um bom momento tecnológico e socioambiental. Para ele, o setor hoje é exemplo dentro do agronegócio.
– Quando o Protocolo foi criado, a indústria do etanol e do açúcar era tida como uma das mais poluidoras, o que era visto como uma contradição, considerando os benefícios do biocombustível de cana. Hoje, 85% das indústrias instaladas no Estado estão mecanizadas, dando mais credibilidade aos produtos e gerando mais qualidade de vida – explicou.
Para o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, os ganhos com a mecanização vão além do canavial, estendendo-se para o trabalhador e a comunidade que vive no entorno das indústrias.
– O uso das máquinas gerou novas oportunidades para muitos profissionais oriundos do corte manual da cana. Se somarmos os números de requalificados do Projeto RenovAção e das iniciativas criadas pelas próprias usinas com base nos métodos do RenovAção, chegamos a mais de 20 mil trabalhadores, que trocaram o podão por atividades mecanizadas nas áreas agrícola e industrial, com importantes impactos sobre a renda. Um ganho social, implementado com ações econômicas e ambientais – afirmou.
Prazos do Protocolo
Firmado em 2007 entre as secretarias de Meio Ambiente (SMA) e de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo, em parceria com a Unica, o Protocolo é uma vertente do Programa Etanol Verde, que define, entre outros aspectos, a antecipação voluntária dos prazos legais para o fim da queima controlada da palha da cana nos canaviais paulistas. Todas as usinas associadas à Unica são signatárias do Protocolo.
A safra 2014/2015 é o prazo final para a eliminação do uso do fogo nas áreas planas, em que as máquinas podem operar. Para as demais áreas, com inclinação superior a 12 graus, o prazo de referência é a safra 2017/2018. Para os fornecedores, a safra 2014/2015 é o prazo para eliminação da queima em áreas mecanizáveis acima de 150 hectares e 2017/2018, em áreas não mecanizáveis e menores que 150 hectares.