Em coletiva de imprensa da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o presidente Sérgio Amaral classificou a atitude dos produtores como precipitada. Segundo ele, ainda não há motivos para as reivindicações.
?Eu acho que nós não temos sinais ainda que justifiquem de que vá haver dificuldades que justifiquem uma medida deste tipo ? defendeu o presidente da Abitrigo, Sérgio Amaral.
Para o Sindicato da Indústria de Trigo do Estado de São Paulo, a medida é, no mínimo, absurda. O vice-presidente da entidade, Christian Saigh, faz uma provocação aos produtores.
? Eu faço um desafio então para que os produtores venham à indústria pegar o trigo que eles querem, moer o trigo e fazer a farinha que o consumidor quer. Lamentavelmente, este trigo de qualidade inferior não vai servir sozinho e nem em quantidade nenhuma na mistura cujos trigos importados para atender o mercado brasileiro. Isto é um caso de reserva de mercado ? explicou Saigh.
O diretor de moinho Carlos Guilherme Herrmann se diz preocupado. No local, o produto brasileiro responde por 30% da produção. Para ele, a ausência do trigo importado causaria um caos no abastecimento.
?É totalmente anormal, seria completamente incoerente considerando que o Brasil não produz mais do que 40% do que consome. Seria no mínimo um absurdo ? disse Herrmann.