Se um acordo não for alcançado, o setor de frango deve levar a cabo a ameaça de contestar a nova regra europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC).
? A reunião do dia 14 é definitiva para sabermos se a UE, amistosamente, nos dará uma abertura. Caso contrário, em breve iremos a Genebra contestar ? disse Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
A nova conceituação é válida desde o dia 1º de maio. De acordo com Turra, a entidade está concluindo um estudo, liderado pela advogada Ana Caetano, para a abertura de um painel na OMC para discutir a decisão do bloco em criar mais restrições ao ingresso da carne de frango.
? Está quase tudo pronto. Se não houver uma solução amistosa, amigável, entraremos na OMC ? afirmou.
O assunto foi tratado nessa segunda, dia 5, durante reunião de Turra com o ministro de Agricultura, Wagner Rossi, que prometeu empenho nas conversas com os europeus.
A Ubabef ainda não informou as exportações de maio para a UE, mas as vendas já vinham caindo como efeito da crise da dívida soberana no bloco. De acordo com os dados mais recentes da entidade, os embarques entre janeiro e abril de 2010 totalizaram 141,2 mil toneladas, o que representa queda de 15% em relação aos volumes do mesmo período de 2009. A receita foi de US$ 363,4 milhões, alta de 1,9%.
A regra que é motivo de controvérsia determina que toda carne de frango congelada importada terá de ser vendida congelada na UE. Na prática, isso pode limitar as exportações brasileiras. O Brasil só exporta carne de frango congelada para as chamadas preparações de frango e produtos de frango (carne cozida). Com a mudança, a carne processada teria de ser, provavelmente, congelada novamente.