Minc lembrou que este é o quinto acordo que assina com o setores econômicos ao longo de dois meses e meio como ministro e creditou a eles a redução dos índices de desmatamento da Amazônia, constatados nos últimos dados coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
? Eu ainda não posso divulgar os números do desmatamento de julho, mas eles são muito positivos e tenho certeza que são resultado do nosso esforço de fiscalização aliado às parcerias que estamos fazendo com empresários e às alternativas sustentáveis que estamos oferecendo para a região ? antecipou Minc para uma platéia de empresários e gestores ambientais de São Paulo.
Desde que Minc assumiu foram assinados termos de compromisso para coibir a aquisição de produtos decorrentes do desmatamento ilegal da Amazônia com os exportadores de soja e de madeira e com a Vale, que passou a exigir certificado de origem do carvão para vender minério de ferro para os guzeiros. Os bancos oficiais também se comprometeram a não mais financiar projetos econômicos insustentáveis bem como oferecer condições especiais de financiamento para investimentos com tecnologias e processos de produção limpos e sustentáveis.
Pelo acordo assinado nesta quarta com a Fiesp, a indústria paulista só vai adquirir madeira certificada pelos órgãos competentes e com o Documento de Origem Florestais (DOF). As informações sobre a origem da matéria-prima também passará a constar das notas fiscais de compra e venda, envolvendo o consumidor final no processo de fiscalização. Em contrapartida, o MMA comprometeu-se a trabalhar para aumentar a oferta de madeira certificada, conferindo a celeridade possível ao processos de licenciamento ambiental das florestas manejadas.
? A única forma de combater a exploração da madeira ilegal é oferecer madeira certificada ? reafirmou Minc.
Essencial para o ambiente, a sustentabilidade, segundo o vice-presidente diretor de Meio Ambiente da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis, também é estratégia de negócio e pré-requisito para inserção da economia brasileira no mercado global.
A indústria madeireira paulista é o principal destino, no mercado interno, da madeira explorada na Floresta Amazônica. Dos 28 milhões de metros cúbitos de madeira produzida anualmente no bioma, 8,4 milhões são exportados e 12,7 milhões de metros cúbitos seguem para a São Paulo, para abastecer especialmente a construção civil, já que a indústria moveleira utiliza quase que exclusivamente madeira de reflorestamento.
O protocolo de intenções foi assinado durante a solenidade de abertura da 2ª Mostra Sistema Fiesp de Responsabilidade Socioambiental que, segundo o presidente da Fiesp, extrapola as fronteiras do Estado.
? Defender a Amazônia é também responsabilidade nossa e de todo o povo brasileiro ? afirmou Skaf.