As demissões na indústria marcaram o período mais grave da crise, especialmente no primeiro semestre de 2009. Alguns setores relacionados ao agronegócio foram destaques negativos. O balanço mostra que, no geral, a redução nos postos de trabalho chegou a 4,32%. A estimativa era ainda mais pessimista, de queda de 4,7% em 2009.
Somente em dezembro, período em que tradicionalmente aumentam as demissões na indústria, foram fechados 67 mil postos de trabalho em São Paulo, uma queda de 3% em relação a novembro.
Dos 22 setores pesquisados pela Fiesp, 16 tiveram desempenho negativo no último mês. A indústria de açúcar e álcool foi responsável por dois terços das demissões, dispensando 46.861 funcionários, o que representa uma queda de 27,9% na comparação mensal. É um reflexo do inicio da entressafra, período em que boa parte das usinas para a produção. Ainda assim, no ano, o emprego no setor sucroalcoleiro cresceu 1%. Desempenho semelhante teve a indústria de alimentos. No ano, um saldo positivo de 0,7%, mas em dezembro registrou a segunda maior queda mensal entre os setores pesquisados: de 16,1%, fechando mais de 51 mil postos de trabalho.
Para 2010, as expectativas são positivas. A Fiesp projeta um aumento de 6,3% no nível de emprego da indústria paulista. A federação acredita que entre os meses de março e abril, o nível se aproxime do registrado antes da crise financeira, o chamado período pré-crise. Mas, a entidade lembra que ainda existe um risco para essa recuperação: o câmbio.
A taxa cambial é uma das preocupações da indústria têxtil, já que favorece a entrada de produtos de países como China e Índia. Mesmo assim, o setor prevê crescimento no consumo interno. A expectativa é gerar mais de 40 mil postos de trabalho em 2010.