Indústria de SP perde 98 mil postos de trabalho em 2009

Para 2010, expectativas são positivas, com projeção de aumento de 6,3% no nível de emprego da indústria paulistaA indústria paulista perdeu 98 mil postos de trabalho em 2009. Apesar de acentuada, a queda é bem menor que a registrada em 2008. No ano, os setores de máquinas e equipamentos e a indústria têxtil, que teve queda de 4% na oferta de emprego, foram destaques negativos. Os números foram divulgados nesta terça, dia 19, pelo Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

As demissões na indústria marcaram o período mais grave da crise, especialmente no primeiro semestre de 2009. Alguns setores relacionados ao agronegócio foram destaques negativos. O balanço mostra que, no geral, a redução nos postos de trabalho chegou a 4,32%. A estimativa era ainda mais pessimista, de queda de 4,7% em 2009.

Somente em dezembro, período em que tradicionalmente aumentam as demissões na indústria, foram fechados 67 mil postos de trabalho em São Paulo, uma queda de 3% em relação a novembro.

Dos 22 setores pesquisados pela Fiesp, 16 tiveram desempenho negativo no último mês. A indústria de açúcar e álcool foi responsável por dois terços das demissões, dispensando 46.861 funcionários, o que representa uma queda de 27,9% na comparação mensal. É um reflexo do inicio da entressafra, período em que boa parte das usinas para a produção. Ainda assim, no ano, o emprego no setor sucroalcoleiro cresceu 1%. Desempenho semelhante teve a indústria de alimentos. No ano, um saldo positivo de 0,7%, mas em dezembro registrou a segunda maior queda mensal entre os setores pesquisados: de 16,1%, fechando mais de 51 mil postos de trabalho.

Para 2010, as expectativas são positivas. A Fiesp projeta um aumento de 6,3% no nível de emprego da indústria paulista. A federação acredita que entre os meses de março e abril, o nível se aproxime do registrado antes da crise financeira, o chamado período pré-crise. Mas, a entidade lembra que ainda existe um risco para essa recuperação: o câmbio.

A taxa cambial é uma das preocupações da indústria têxtil, já que favorece a entrada de produtos de países como China e Índia. Mesmo assim, o setor prevê crescimento no consumo interno. A expectativa é gerar mais de 40 mil postos de trabalho em 2010.