Indústria do tabaco do Rio Grande do Sul melhora classificação

Quase 80% da produção foi vendida e expectativa dos fumicultores é de otimismoCom quase 80% do tabaco entregue às indústrias, os produtores do Rio Grande do Sul esperam conseguir nos últimos meses de negociação uma renda melhor. Apesar de a média de preço estar bem abaixo de 2010, entre maio e junho os fumicultores já sentiram que as empresas estão menos rigorosas no momento da classificação do produto.

Na propriedade de Elário Kist, no interior de Santa Cruz do Sul (RS), metade das 600 arrobas, uma arroba equivale a 15 quilos, estão sendo preparadas para a venda. Em maio, repassou parte do produto e recebeu uma média de R$ 70 pela arroba. A expectativa do fumicultor é positiva.

? Agora, esperamos que o preço melhore. Se seguir esse preço já estimamos uma redução de R$ 21 mil em relação ao ano passado.

O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider, explica que os fumicultores tendem a vender o produto de acordo com a colheita, o que pode ter ajudado a melhorar a classificação.

Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o preço ainda está 22,5% abaixo da média do ano passado. Na última semana, a média registrada por quilo do virginia foi de R$ 5,02 ? no ano passado esse valor era de R$ 6,48.

? Cada produtor deve usar a estratégia que achar melhor, para poder vender seu produto ? afirma o presidente da Afubra, Benício Werner.

Por outro lado, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do RS (Fetag) afirma que muitos produtores não serão beneficiados com a melhora na classificação. A entidade estima que apenas cerca de 20% a 30% do fumo ainda esteja na mão do produtor. O restante do tabaco teria sido repassado aos atravessadores.

O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) informou que não se manifesta sobre questões relativas à comercialização.