No Paraná, principal Estado produtor, a comercialização do trigo já atingiu 87% de tudo que foi colhido neste mês. Na Argentina, tradicional mercado fornecedor, a bolsa de cereais calculou a safra 2012/2013 em pouco mais de 9,8 milhões de toneladas, terceiro menor volume das últimas 13 safras.
Nas contas do conselheiro da Abitrigo, Lawrence Pih, o Brasil e os demais países do Mercosul possuem trigo para garantir o abastecimento até maio. A alternativa deve ser comprar de países como Estados Unidos, o que custa mais para a indústria.
Para amenizar o aumento do desembolso, a alternativa é a redução da tarifa externa comum. Segundo Lawrence Pih, sem a taxa, o trigo norte-americano, por exemplo, chegaria ao Brasil a US$ 400,00 por tonelada, mais barato que o brasileiro, hoje cotado a US$ 460,00.
O possível prejuízo aos produtores é a alegação de entidades como a Federação de Agricultura do Paraná (Faep) e a Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar), que se opõem à redução da TEC neste momento. Em ofício enviado ao governo, eles avaliam que a medida não reduz custos e que os moinhos se aproveitam dela para formar estoques e pressionar os preços do trigo nacional. Uma redução neste momento, na avaliação das duas entidades, pode desestimular o plantio de trigo na safra deste ano.
De acordo com o levantamento mais recente da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), a safra deste ano deve ter uma redução de 25%, ficando em torno de 4 milhões e 300 mil toneladas. Para a pesquisadora Renata Maggian Moda, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a redução da TEC pode pressionar preços e influenciar a decisão de plantio do cereal.