Segundo a entidade, até este mês de março, as indústrias de café não têm percebido queda nos negócios e o crescimento de 3% no ano passado não foi ruim. O fato de não ter atingido a estimativa inicial foi por conta da estabilidade nos últimos meses do ano. Outra explicação é que a Abic nos últimos anos vem estipulando uma meta de crescimento alta, em torno de três a 5%.
Em 2009, a associação projeta um consumo de 18,2 milhões de sacas, uma alta de 3%, o que significa um consumo moderado, de acordo com o diretor-executivo da associação, Nathan Herszkowicz.
? O consumo de café parece que não vai crescer tão rapidamente quanto eram nossas expectativas até o ano passado. Mas a Abic continua acreditando que o consumo da bebida deve evoluir. Talvez um pouco mais modestamente ? disse o dirigente.
Entretanto, Herszkowicz ressaltou que a indústria vive um período sensível, devido à crise. Segundo ele, o fator que mais preocupa é a baixa evolução dos preços nos últimos 14 anos na indústria, problema também enfrentado pelos produtores.
A boa notícia é que, no ano passado, as exportações de café torrado e moído cresceram 37% em relação a 2007. Os principais mercados foram os Estados Unidos, Itália, Argentina e Japão. Para este ano, a entidade projeta um crescimento de 20% nos embarques e procura novas parcerias em mercados diferenciados, como Chile, Turquia e Cingapura. No caso do Chile, o negócio está quase fechado.
O diretor-executivo da Abic afirma que a associação criou uma estratégia no seu novo programa, privilegiando a introdução do produto brasileiro em alguns mercados selecionados, através da alta gastronomia.
? Esse projeto começa a ser testado no Chile, agora no mês de maio, numa parceria entre a Abic e a Associação Chilena de alta gastronomia, para patrocinar os principais eventos da gastronomia naquele país, colocando cafés brasileiros de alta qualidade ? completou o dirigente.