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Indústrias do etanol seguem em crise, mesmo com aumento da demanda

Usineiros reclamam da falta de competitividade com a gasolina, que se mantém em vantagem desde 2009A demanda pelo etanol no Brasil vem aumentando, mas usinas ainda se veem em crise, com uma média de 13% de endividamento sobre o faturamento. Mesmo com os preços acima do ano passado, usineiros ainda reclamam da falta de competitividade com a gasolina, que se mantém em vantagem desde 2009.

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O setor termina o ano se deparando com números opostos. Apesar do crescimento de cerca de 17% da safra de cana-de-açúcar; do aumento da demanda e dos preços do etanol, a rentabilidade das usinas ainda é motivo de reclamação.

– A usina está trabalhando para pagar conta, e as usinas que estão muito endividadas, estão tendo que pagar taxas e juros muito altos. É uma divida muito grande, elas não estão conseguindo realmente dar conta disso, porque as margens estão muito estreitas – salienta o diretor da MBAgro, José Carlos Hausknecht.

– É um ano, que apesar de ter esse incremento na oferta, a receita por tonelada de cana é menor do que a de 2012. O etanol hidratado continua com um teto de preço dado pela precificação da gasolina, ou seja, o consumidor só usa o etanol quando tem uma vantagem, uma relação de bomba entre 65 a 70% – diz o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua.

Preços

A entressafra da cana-de-açúcar, o reajuste da gasolina pela Petrobras e o crescimento da demanda interna puxaram para cima os preços do etanol. Na semana passada, as cotações do etanol hidratado ficaram em média R$ 1,28 por litro, uma alta de 12,7%, em comparação com o mesmo período do ano passado. No etanol anidro, a alta foi de 6%. O litro ficou em média R$ 1,43, superando em 6% o indicador nominal de 12 meses atrás. Mesmo com os preços mais altos, as usinas continuam trabalhando no negativo.

– Se hoje você está vendendo o etanol a R$ 1,20 ou R$ 1,30 a nível de produtor, está dando tendo faturando de R$ 100 por tonelada de cana processada. Primeiro se tem que separar R$ 15 para pagar só os juros da dívida. Os preços, hoje, não geram caixa  suficiente para que as empresas reduzam o endividamento existente – disse Padua.

Para diretor da Unica, a instabilidade no setor impede que a produção cresça. O potencial de consumo no Brasil está estimado em 40 bilhões de litros de etanol ao ano, mas as usinas conseguem colocar no mercado bem menos do que isso, cerca de 15 bilhões de litros.
 
– Se o produtor não tiver estímulo a aumentar a oferta, evidentemente que a frota vai crescer, mas a oferta de etanol hidratado não. Está muito claro, muito transparente. Não tem investimento, não vai ter expansão para produzir etanol hidratado se não houver um a política pública, se não houver uma definição clara da participação do etanol na matriz de combustível, além de uma previsibilidade do preço do seu concorrente daqui a cinco, dez ou quinze anos. Ninguém vai investir R$ 1 bilhão numa unidade nova, sem saber como e que você vai depender  seu produto – conclui.

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