Soja Brasil

Infraestrutura e segurança jurídica são obstáculos para impulsionar produção agrícola no Piauí

Primeiro painel da Abertura Nacional da Colheita da Soja – Safra 21/22 debateu os desafios da produção de soja no estado do Piauí

O primeiro painel da Abertura Nacional da Colheita da Soja – Safra 21/22 debateu os desafios da produção de soja no estado do Piauí. O evento aconteceu na Fazenda Progresso, em Sebastião Leal, no sul do estado.

Segundo o presidente da Aprosoja-PI, Alzir Aguiar Neto, o estado, que nesta safra vai produzir aproximadamente 3 milhões de toneladas de soja, tem potencial para dobrar a produção em menos de uma década. No entanto, ele cita alguns obstáculos.

“Nós temos alguns gargalos. O mais oneroso deles é a infraestrutura. A malha rodoviária ainda é muito pobre na região do Cerrado, especialmente nas rodovias estudais. A logística é um aspecto fundamental, não apenas para o desenvolvimento da agricultura, mas para a geração de emprego e renda para a população do estado”, afirma.

O diretor-executivo Movimento Pró-logística, Edeon Vaz Ferreira, concorda. “É preciso reduzir os preços. O produtor é muito competente da porteira para dentro, mas perde competitividade da porteira para fora”.

O CEO da Insolo, Flavio Inoue, por exemplo, citou que a empresa mantém 200 quilômetros de rodovias por conta própria e que mais investimentos em logística e e infraestrutura atrairia mais investimentos. “Infraestrutura gera investimentos. Nós mesmos vamos investir diretamente R$ 300 milhões aqui no estado. (…) Das regiões agrícolas produtoras do Brasil, nós somos a mais próxima dos mercados consumidores, como China e Europa, e os gargalos de logística e infraestrutura, tira um pouco da nossa competitividade”, explica.

Segurança jurídica

Segundo Alzir Neto, a regularização fundiária ainda é um tema delicado no estado, embora tenha avançado muito nos últimos anos. “O Piauí tem uma legislação inovadora e uma realidade fundiária bem mapeada. Ainda temos algumas questões de títulos fraudulentos que precisam ser revistos. Precisamos de paz no campo para produzir. Não dá para produzir no conflito. E foi criada uma legislação que dá condições para que possamos continuar evoluindo nesta questão. Onde há conflito, não há investimento, não há indústria. E tudo o que nós produtores queremos é fazer do Piauí a nossa morada, um estado sério para quem planta e para quem colhe. Não queremos ver isso acontecer de outra forma. Queremos construir um Piauí cada vez melhor, um Piauí grande”, diz.

Flávio Inoue complementou e disse que como investidor, também sofre com a insegurança jurídica. “O problema é a recorrência e o oportunismo, o que gera insegurança. Para ter investimento continuo é preciso um alto grau de segurança. Quando é caatinga e tatu, ninguém quer. Quando a terra está com soja e produzindo, aparecem os problemas. É fácil chegar depois que tudo está pronto”.

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Malha rodoviária do Piauí. Foto: Governo do Estado