? A melhora na infraestrutura não acompanhou o crescimento do tráfego. Esse é o grande problema do país, seja em portos ou aeroportos ? avalia Julian Thomas, diretor-superintendente da Hamburg Süd no Brasil.
Com previsão de oito escalas semanais em Rio Grande, a transportadora dá razão aos empresários que se queixam das falhas nas escalas, quando, mesmo programado para atracar no porto, o navio segue seu curso, deixando clientes à espera de embarque.
? O problema de cancelamentos tem sido grave, e Rio Grande vem sofrendo muito com isso. Para o transportador, é a pior decisão que se pode tomar, porque frustra tudo, do cliente ao planejamento ? reconhece Thomas.
Conforme o diretor da Hamburg Süd, um dos motivos desses saltos de escala é o aumento da importação, 65% até julho na comparação com igual período do ano passado, e até 17% superior ao mesmo período de 2008, antes da crise financeira global.
? Em 2008, já estávamos enfrentando um megaproblema, porque os produtos ficam mais tempo no porto, com a famosa burocracia. Isso congestiona a área de terminais e leva à baixa produtividade dos navios ? diz Thomas.
Em Rio Grande, a esses problemas estruturais se soma uma dificuldade climática, com nevoeiros e mar revolto. Para Thomas, a implantação do VTMS (sigla para Vessel Traffic Management System, ou sistema de gestão de tráfego de embarcações), é uma “ótima notícia”, mas não alimenta expectativa de solução definitiva. A abertura da licitação para contratar o sistema foi oficializada nessa quinta, dia 26, justamente na semana em que foi divulgada a intervenção no porto.
Destacando que Rio Grande é um dos maiores mercados para a Hamburg Süd, com base no arroz que sai do porto para alcançar caminhos fluviais na Amazônia, Thomas confirma que, no próximo mês, deverá operar com navios maiores, com 300 metros de comprimento e 45 metros de largura.
? Essas embarcações são mais um passo para atender à demanda crescente de carga de forma mais eficiente.