Segundo o Inpe, os satélites Amazônia-1 e CBERS 3 e 4 permitirão, juntos, uma cobertura completa da Terra em menos de cinco dias, tornando o Brasil autônomo para obtenção de imagens em média resolução. O norte-americano Landsat-5, que é utilizado na avaliação de desmatamento da Amazônia, está há mais de 22 anos no espaço e apresenta sinais claros de degradação.
O Amazônia-1 é baseado em uma plataforma nacional, denominada PMM, que será também utilizada em outros satélites propostos para o Programa Espacial Brasileiro: o satélite científico Lattes-1, o satélite radar de observação da Terra Mapsar e o satélite meteorológico de medidas de precipitação GPM-Br.
Para desenvolver a PMM, o Inpe contratou na indústria nacional os subsistemas de telecomunicações, estrutura, propulsão e energia, cujos chamados modelos de voo deverão ser entregues até meados de 2010, para dar início à etapa de integração e testes do primeiro satélite, o Amazônia-1.
Em paralelo, o Inpe está adquirindo os componentes para a carga útil do satélite, que envolvem equipamentos de transmissão e gravação a bordo e uma câmera óptica (denominada AWFI), operando nas faixas do visível e do infravermelho próximo, com largura de faixa imageada de 750 quilômetros, com resolução de 40 metros.
Além disso, um acordo assinado entre o Brasil, representado pelo Inpe, e o Reino Unido, representado pelo Rutherford Appleton Laboratory, permitirá incluir no Amazônia-1 a câmera inglesa Ralcam-3, com resolução da ordem de 10 metros, que complementará as imagens coletadas pela AWFI.
No fim de 2008, o Inpe firmou contratos para aquisição de mais dois componentes do Amazônia-1: a câmera AWFI, contratada na indústria nacional, e o sistema de controle e computação embarcada, objeto de uma cooperação entre as agências espaciais brasileira e argentina.