A inserção para utilização restrita dessas substâncias foi concedida em caráter emergencial após negociações entre os Ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, no âmbito do Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxicos (CTA). O prazo de uso previsto em lei é de 24 meses. Outras estratégias também estão sendo estudadas para tratar das contingências e serão aprovadas ao longo da validade da emergência.
O comitê vai analisar a proposta dos produtores de importação de produtos à base do princípio ativo benzoato de emamectina, que em outros países tem sido eficientes para controlar a Helicoverpa.
No início do mês de março, o ministro Mendes Ribeiro Filho entrou em contato com o governador da Bahia, Jacques Wagner, para informar sobre as medidas adotadas pelo Ministério da Agricultura.
Vazio sanitário
O diretor de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cósam de Carvalho Coutinho, afirmou que o estabelecimento de “vazio sanitário”, período em que seria proibido o cultivo de lavouras, pode ser uma das medidas recomendadas para conter o avanço da Helicoverpa zea.
Coutinho afirmou que o vazio sanitário está entre as ações emergenciais de controle da Helicoverpa que serão discutidas nos dias 3 e 4 de abril por especialistas em um seminário promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ele explicou que o aumento da incidência da lagarta, que migrou para as lavouras de algodão e soja, está associado a questões de manejo das lavouras que devem ser melhor estudadas, como o cultivo do milho transgênico (Bt). O milho Bt tem toxinas que matam as lagartas.
Aprosoja
Para a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), a medida anunciada pelo Ministério da Agricultura ajuda, mas não resolve o problema. A entidade aguarda a liberação de produtos ainda não registrados no país e já usados em outros países.
— O produtor já percebeu que esses produtos não controlam helicoverpa. Hoje não é uma solução definitiva que eles realmente necessitam, mas existem outros princípios ativos utilizados em outros países com eficiência. Esses sim vão ser listados e criado uma força-tarefa entre os órgãos registrantes (Anvisa, Ministério da Agricultura e IBAMA) para que eles sejam registrados em um tempo hábil, até porque o ataque é intenso e é preciso ter por um tempo mais ágil disponível para os produtores — afirma Fabrício Rosa, diretor-executivo da Aprosoja Brasil.