O Huanglongbing, também conhecido como “HLB” ou greening é a doença mais devastadora para plantas de citrus. Como ainda não existem medidas para combater a doença, seu manejo tem sido realizado com o controle do inseto que a transmite, o psilídeo Diaphorina citri, feito majoritariamente com uso de agrotóxicos. Entretanto, tais produtos podem trazer sérios riscos ao meio ambiente e ao agricultor.
Uma pesquisa desenvolvida pela Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), pode mudar este cenário. Alexandre José Ferreira Diniz, pós-graduando em Entomologia, constatou a eficiência do uso do parasitoide Tamarixia radiata, com o propósito de combater o D. citri.
O pesquisador observou a ação da praga e da doença em várias propriedades do Estado de São Paulo e também em laboratório. Por meio da coleta de ramos de plantas de citros e murta, hospedeiros do psilídeo dos mesmos campos já infectados pela doença, Diniz identificou as possibilidades de utilização de T. radiata para controle da praga, além da melhor condição ambiental para que o parasitoide pudesse agir.
– Em países como o México, já existe investimento em parasitoides por grande parte dos agricultores – comenta Diniz.
Porém, segundo o pesquisador, os métodos de criação do inimigo natural do D. citri ainda são trabalhosos e realizados de forma manual, o que acaba onerando o sistema.
– A demanda nacional por este tipo de inseto é cada vez maior, já que a Tamarixia radiata é capaz de reduzir entre 70 e 80% a praga transmissora do greening quando liberada em campo, na taxa de 400 indivíduos por hectare – argumenta o pesquisador.
Entendendo o greening
Surgido na Ásia há mais de cem anos, o HLB foi identificado no Brasil em 2004, nas regiões Centro e Leste do Estado de São Paulo. Hoje, está presente em todas as regiões citrícolas de São Paulo e pomares de Minas Gerais e Paraná.
A bactéria multiplica-se e é levada por meio do fluxo da seiva para toda a planta. Quando há sintomas na extremidade dos galhos, ela pode ficar alojada em vários pontos, inclusive na parte baixa do tronco e nas raízes, o que torna a poda inútil e perigosa. Além de não curar a planta, as brotações que surgem após a poda servem como fonte para novas infecções.
As árvores novas contaminadas pelo greening não chegam a produzir e as que produzem sofrem uma grande queda de frutos. Os pomares com alta incidência da doença devem ser totalmente eliminados porque praticamente todas as plantas, inclusive as sem sintomas, podem estar contaminadas.