Um deles é João Nelson Barboza. Enquanto a falta de chuva castiga os 154 hectares de milho em Não-Me-Toque, ele projeta ampliar em 20% a área de cevada na próxima safra. A oportunidade de bons negócios, associada à instabilidade do trigo, é o principal motivo.
Em 2010, Barboza e os quatro irmãos plantaram 64 hectares de cevada. No ano seguinte, 90 hectares. No próximo ciclo, a meta é alcançar 110 hectares. Confiante na valorização do grão, o produtor acredita que a cultura fortalecerá a propriedade de 650 hectares:
– A perspectiva da Ambev é um convite para investir e faz da cevada uma boa alternativa para o inverno.
A maltaria entrará em operação no segundo semestre de 2012, antes do término da próxima colheita. A unidade produzirá 110 mil toneladas de malte por ano. Enquanto as obras não começam, a Ambev investe no fomento à produção, que deve abranger mais de 2,5 mil famílias fornecedoras.
– O fomento tende a valorizar a produção regional, que tem qualidade e boa produtividade – observa Cláudio Dóro, engenheiro agrônomo da Emater em Passo Fundo.
O malte produzido na unidade atenderá à demanda de fábricas em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O diretor agroindustrial da Ambev, Marcelo Otto, revela que o objetivo é ter a política comercial definida e a produção pré-contratada até maio de 2012.
O cultivo no RS
– Área: 35 mil hectares (24 mil na Região de Passo Fundo)
– Produção: 115,5 mil toneladas (72,2 mil toneladas na Região de Passo Fundo)
– Produtividade média: 3,3 mil quilos/ha
– Preço: R$ 28,62 (saca 60 quilos de cevada classe 1)