O interesse em engordar animais no cocho aumentou em Mato Grosso. É o que revela o segundo levantamento das intenções de confinamento, realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). A perspectiva é que sejam confinados 618.360 bovinos este ano, 28,89% a mais que o volume apontado em abril.
Apesar do aumento com relação ao primeiro levantamento, o montante ainda está abaixo do observado no último ano. Ele é 4,47% menor que o estimado na pesquisa de julho de 2022 e 12,20% inferior ao consolidado naquele ano, quando 647.267 bovinos foram confinados ao todo.
A pesquisa contou com a participação de 104 confinadores do estado, dos quais 78,85% afirmaram que vão confirmar animais em 2023. Esse número representa um aumento de 17,8 pontos percentuais se comparado com o resultado de abril de 2023.
Em contrapartida, o número de confinadores que haviam optado por não confinar reduziu 17,25 pontos percentuais na mesma comparação, fechando em 15,38% nesse levantamento.
Valor do boi gordo influencia nas decisões
O preço do boi gordo ainda é o principal fator de preocupação na tomada de decisão entre pecuaristas e lideranças do setor, sendo apontado por 76,92% dos participantes. Isso devido a intensa desvalorização do animal no último ano.
O boi gordo à vista passou de R$ 286,65 a arroba em julho de 2022 para R$ 212,35 em julho de 2023, o que representa uma expressiva queda de 25,92% para o período, de maneira que o pecuarista chegou a receber R$ 74,30 a menos por arroba de boi gordo vendida.
Preços dos insumos impactam na decisão do pecuarista
Mesmo com a redução no valor da venda do boi gordo, a desvalorização acentuada do milho favoreceu o poder de compra do pecuarista, deixando a relação de troca entre boi gordo e milho em 6,44 sacas por arroba em julho de 2023.
Isso também reduziu o valor da diária confinada, que ficou em R$ 14,75 na média do estado.
Animais adquiridos e previsão de entrega
O percentual de animais já garantidos ficou em 91,22%, aumento de 45,92 pontos percentuais em relação ao último levantamento. Reflexo da maior certeza dos confinadores em realizar a terminação intensiva.
A previsão de entrega dos bovinos confinados para as indústrias deve se concentrar entre os meses de julho e novembro de 2023. Com 71,08% do total dos bovinos sendo abatidos nestes meses, com destaque para setembro (14,65%) e novembro (14,61%).