Interesse pessoal prevalece no caso da fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour, afirma jornal britânico

Abilio Diniz não pretende abrir mão do controle da rede varejista brasileira, conforme previsto em acordoInteresses pessoais prevalecem na batalha envolvendo o Pão de Açúcar, diz artigo do Financial Times (FT) desta quinta, dia 14. Segundo o jornal, os objetivos de longo prazo da rede varejista brasileira estão sendo enfraquecidos pela briga entre Casino, Carrefour, governo brasileiro e Abilio Diniz, chamado no texto como "magnata" fundador da empresa.

O FT afirma que Diniz não quer mais abrir mão do controle do Pão de Açúcar, conforme acertado no acordo com o sócio Casino em 2005. A oferta pelo Carrefour lhe daria uma posição central no novo negócio.

O Casino se posicionou contra a transação e a polêmica fez o governo brasileiro voltar atrás e desistir do apoio dado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Tudo isso é embaraçoso para o magnata brasileiro, assim como para o Carrefour e seus intrometidos minoritários ativistas”, afirma o artigo.

Na avaliação do jornal, o Casino ganhou uma importante batalha, mas não a guerra. Isso porque o presidente da empresa, Jean-Charles Naouri, deve se apegar às “armas legais” e acabar assumindo o controle do Pão de Açúcar em 2012. Mas ainda terá de lidar com um “incômodo parceiro local, cujos interesses estão claramente em outro lugar, e com muitos amigos políticos poderosos”. De acordo com o Financial Times, “Naouri pode ser o Einstein do varejo de massa, mas quando interesses pessoais estão misturados com negócios, muita relatividade entra em jogo.”