Só na última década houve aumento de 178% nas exportações brasileiras. Com este cenário, a importância dos portos fica ainda mais evidente. Hoje, 17 portos do país estão em obras, com investimentos de R$ 3,6 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas do Estado de São Paulo (Ipea), seriam necessários R$ 43 bilhões para acabar com as deficiências de todo o sistema logístico do país. Valor nove vezes maior do que o dispensado para as obras do PAC 2, por exemplo.
Apenas no porto de Santos foram movimentadas mais de 96 milhões de toneladas em 2010, aumento de 15% se comparado a 2009. Segundo o diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Correia Serra, as obras em andamento devem melhorar as condições atuais.
? Nós estamos com grandes investimentos esse ano. R$ 500 milhões já estão sendo concluídos e já temos um pacote para os próximos três anos de R$ 1,5 bilhão do PAC que virá também com apoio à infraestrutura. Na questão da safra, é importante também que o setor exportador compreenda que há necessidade de programacão para que seja otimizada a infraestrutura do porto, não só da infraestrutura terrestre, mas também na questão da venda do produto no mercado internacional ? diz Serra.
Na Intermodal, três empresas do setor logístico anunciaram investimentos de R$ 1,4 bilhão em portos brasileiros.
? A informação que a gente tem é que é mais no Nordeste e aqui no porto de Santos. Até 2012 nós vamos saber de investimentos em toda a costa brasileira ? afirma Barbara Nogueira, gerente da Intermodal.
Na Bahia, os portos de Aratu, Salvador e Ilhéus vão receber cerca de R$ 1 bilhão em investimentos do governo federal, iniciativa privada e recursos próprios.
? Até 2014 nós temos um processo para a infraestrutura marítima e terrestre do porto de Salvador. Então é um processo adicional. O processo logístico não para. Nós estamos sempre solicitando e convocando investimento privado para ele ? explica José Muniz Rebouças, diretor presidente da Codeba.
A presidente do Terminal de Contêineres da Margem Direita, localizado no porto de Santos, Agnes de Vasconcelos, acredita que os portos brasileiros vão conseguir atender a demanda crescente estimada para os próximos anos.
? Eu acredito no sistema portuário brasileiro. Sou contrária à previsão catastrófica que se faz de um apagão logístico. O grande desenvolvimento que o comércio exterior brasileiro nas ultimas décadas foi acompanhada pela estrutura do sistema portuário que está aí. Todos os portos têm projetos para duplicar sua capacidade num curto espaço de tempo. Investimentos são necessários, mas não deve haver esse chamado apagão logístico ? afirma.