Mesmo assim, depois de registrar resultado negativo em maio, as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) voltaram a ter superávit em junho, somando R$ 631,5 milhões no mês passado, contra déficit de R$ 517,9 milhões no mês anterior.
No primeiro semestre, houve superávit de R$ 24,8 bilhões, cerca de R$ 6,3 bilhões a mais que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o superávit primário tinha sido de R$ 18,5 bilhões. Em junho de 2009, o Governo Central havia registrado déficit primário de R$ 618,2 milhões.
Para cumprir a meta de superávit primário de R$ 40 bilhões até agosto, o Governo Central terá de economizar R$ 15,3 bilhões nos próximos dois meses. Caso não consiga alcançar a meta, o governo terá de recorrer ao mecanismo que permite o abatimento de gastos com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Parte do resultado observado nos seis primeiros meses do ano deve-se à aceleração dos gastos, que subiram 18,2% de janeiro a junho, mais do que a alta de 17,2% observada no mesmo período de 2009. O crescimento foi puxado pela alta nos investimentos, que totalizaram R$ 20,6 bilhões na primeira metade do ano e avançaram 71,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.
As despesas com custeio (manutenção da máquina pública) cresceram 22,4% no primeiro semestre deste ano, praticamente no mesmo ritmo observado nos seis primeiros meses de 2009, quando a expansão havia sido de 22,7%. Os gastos com pessoal desaceleraram e cresceram 8,4% de janeiro a junho, contra 21% registrado no mesmo período do ano passado.
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. Os resultados apresentados nesta quarta referem-se ao Governo Central. Na quinta, dia 29, o Banco Central divulgará os dados referentes ao setor público consolidado, que também englobam os Estados, municípios e estatais.