Na rodovia Cônego Domenico Rangoni, que dá acesso ao porto de Santos (SP), na margem do Guarujá, foi registrado congestionamento de mais de 20 quilômetros nas duas faixas e também no acostamento. A situação tem se tornado cada vez mais comum, na medida em que os caminhões chegam para descarregar. Alguns caminhoneiros chegam a esperar mais de 15 horas para entregar a carga no porto.
As consequências do gargalo logístico já começaram a ser sentidas também pelos exportadores de soja. Alguns contratos chegaram a ser cancelados em função da demora na entrega.
De tudo o que o país produz, mais de 60% é transportado por rodovias. Apenas 24% do transporte é feito por trens e 14% pelas hidrovias. Nos Estados Unidos, por exemplo, as rodovias também são muito utilizadas, com 43% do total. Ainda assim, há um equilíbrio considerável entre os modais. Lá, as ferrovias respondem por 32% dos transportes de cargas e as hidrovias, por 25% da demanda.
As ferrovias são apontadas como grande tendência para melhorar a logística do país pelo diretor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Eduardo Bueno Magano, mas as hidrovias também são consideradas estratégicas, principalmente pelos fatores custo e meio ambiente. Atualmente, o Brasil utiliza mais de 20 mil quilômetros de rios para o escoamento da produção industrial e agrícola. Mesmo assim, o potencial das bacias hidrográficas ainda é pouco utilizado. Em 2011, as hidrovias movimentaram apenas 20% do volume transportado pelas ferrovias.
Não basta, porém, simplesmente aumentar o uso das hidrovias e ferrovias no país. Segundo Magano, para amenizar o problema do transporte rodoviário também é necessário mais planejamento.
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