Pela primeira vez desde dezembro de 2007, o IPCA ficou abaixo de 4,5%, centro da meta da inflação, no acumulado em 12 meses. A variação foi de 0,15%, a mais baixa desde agosto de 2006. Para o IBGE, a taxa de inflação menor no mês passado, reflete um efeito mais amplo da crise. É o resultado da menor demanda mundial, maior oferta interna, exportações mais baixas e dólar fraco.
Os preços do grupo habitação subiram 0,47% em agosto, devido principalmente à menor elevação dos custos de energia elétrica, de 0,39% no mês, enquanto em julho havia sido de 3,25%. A tarifa subiu em São Paulo e Belém e afetou fortemente a inflação em julho. O efeito deve se esgotar totalmente em setembro.
Os custos de alimentação e bebidas caíram 0,01% em agosto, repetindo a tendência de baixa do mês de julho (0,06%), mas o leite pasteurizado reverteu a tendência de alta vista desde abril, e caiu 6,61%, sendo a principal contribuição individual de baixa negativa em agosto.
Para o IBGE, a queda tem sido ajudada pelos alimentos que tinham forte demanda em 2007 e 2008. Com a crise, a procura diminuiu e o quadro se reverteu. Segundo o Iedi, mesmo sem considerar o peso dos alimentos, 39% dos itens pesquisados tiveram deflação. Isso deve servir de alerta para o Banco Central, que vem mantendo a taxa de juros no mesmo patamar nas ultimas reuniões.