A perspectiva traçada pelo Ipea é que o primeiro trimestre de 2009 deve ser melhor que os últimos meses de 2008. Segundo o diretor de estudos setoriais, Marcio Wohlers, o aumento de 3% nas vendas de veículos leves e o crescimento de 1% no consumo de energia elétrica são sinais de recuperação.
? Dá para prever que a economia brasileira não tende a entrar numa rota recessiva diante seja das transferências sociais, do aumento do número de famílias no Fome Zero, do adiantamento do salário mínimo e das medidas do PAC de curto, médio e longo prazo que já estão escalonadas ? diz ele.
A elevação dos gastos sociais e da transferência de renda para as famílias mais pobres foram apontadas como fundamentais para conter os efeitos da crise. Conforme o Ipea, os investimentos públicos são importantes, mas levam tempo para dar resultado, assim como a redução de juros e os estímulos fiscais. Os pesquisadores alertam que essas iniciativas podem ser inviáveis num momento de queda na arrecadação.
O índice de confiança lançado no início do mês pelo Ipea mostrou que o agronegócio é o setor mais apreensivo diante da crise. A produção agrícola sofre com a alta volatilidade dos preços das commodities e com a previsão de queda de 7% na renda agrícola este ano. O instituto prefere não traçar um cenário definido para o setor em 2009, mas lembra que algumas situações mundiais podem interferir no desempenho do campo, como a forte estiagem na Argentina.
? A questão da Argentina acabou sendo favorável para o Brasil porque abre um espaço que podemos ocupar ? afirma a técnica Junia Conceição.