De forma semelhante ao que acontece com os alimentos, a pressão advinda de matérias primas no mercado internacional, combinada com o aumento da utilização da capacidade instalada na indústria e os estoques abaixo do nível desejado, deve manter os preços dos bens industriais em alta. A projeção de inflação desse segmento passou de 4,8% para 6,6%. Já a retomada do setor de serviços gerou uma elevação da inflação desse segmento em ritmo maior que o esperado incialmente, com isso a previsão subiu de 4% para 5%.
No acumulado de 2021, registrado até o mês de julho, a alta de 4,76% apontada pelo IPCA já ultrapassa o centro da meta de inflação (3,75%). Apesar de parte dessa pressão inflacionária já ser esperada, dado o represamento de reajustes em 2020, as sucessivas altas das cotações das commodities no mercado internacional e os eventos climáticos adversos, como a longa estiagem e a ocorrência de geadas em regiões de produção agrícola, surpreenderam negativamente e desencadearam novos aumentos de preços de alimentos e de energia.
Os pesquisadores revisaram também a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 5,3% para 6,4% em 2021. De acordo com a Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, o aumento da taxa de inflação medida por esse índice, com escopo que atinge as famílias que vivem nas áreas urbanas e com salários que variam de um a cinco salários-mínimos, deverá ser provocado por preços monitorados e dos alimentos, com altas previstas de 10,5% e 7,9%, e que atingiram patamares superiores ao projetados anteriormente, que eram de 9,2% e 5,2%, respectivamente.