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Isenção de imposto de milho deve beneficiar vendas dos EUA para o Nordeste

Nessa região brasileira, a saca do cereal americano deve chegar com preço cerca de R$ 5 abaixo do mercado, de acordo com a consulturia Informa Economics FNP

Fonte: Divulgação/Pixabay

A isenção de imposto sobre a importação de milho pode trazer alguma pressão sobre os preços no mercado doméstico, mas a medida é paliativa e não resolve o problema de escassez do grão. Esta é a avaliação do analista da Informa Economics FNP, Aedson Pereira. Contudo, o atual nível de câmbio não favorece as compras externas, já que encarece o cereal para o comprador brasileiro.

Como a isenção altera apenas as condições para a compra do cereal de países de fora do Mercosul, deve beneficiar principalmente as vendas dos Estados Unidos para o Nordeste do Brasil, segundo o analista. Na região, o milho deve chegar com preço aproximadamente R$ 5 a saca de 60 kg abaixo do no mercado. “É uma economia boa, mas seria melhor ainda se o dólar caísse um pouco mais para favorecer essa conta”, ponderou.

“A isenção do imposto vai no sentido de ampliar o leque de fornecedores e deve beneficiar principalmente a compra do cereal dos Estados Unidos”, afirmou ele. A oferta da Argentina, outro importante fornecedor de milho para o Brasil, não deve ter impacto direto, uma vez que as compras do país já não são tributadas por se tratar de um membro do Mercosul. Mesmo assim, é esperada ampliação de suas vendas. 

“A Argentina acaba ganhando espaço por causa da política apoiada pelo governo do presidente Mauricio Macri, que tirou a cota de exportação e praticamente anulou a tributação sobre os embarques do grão”, explicou Pereira.
Na terça-feira,dia 19, a Câmara de Gestão de Comércio Exterior (Camex) aprovou o pedido do Ministério da Agricultura para isentar a importação de milho do imposto, atualmente em 8%, por um período de seis meses ou até que se atinja a cota de 1 milhão de toneladas. Para entrar em vigor, a medida precisa ser publicada no Diário Oficial, o que deve ocorrer na próxima semana, segundo o Ministério da Agricultura.

Segundo o analista da Informa, o milho norte-americano tem como destino mais provável o Nordeste brasileiro, pela proximidade geográfica. “A região é deficitária em milho e a produção local foi duplamente impactada pela redução da área plantada e pela estiagem que afetou o oeste da Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí”, explicou ele. 

Conforme o levantamento da consultoria, a saca de milho em Fortaleza é cotada atualmente em R$ 55, ante R$ 35 a R$ 38 a saca em igual período do ano passado. Sem imposto, o milho dos Estados Unidos chegaria à região por volta de R$ 46 a R$ 49 a saca, considerando as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) e o câmbio desta quarta-feira, dia 20.

Região Sul

Para os estados do Sul, contudo, a medida deve ter pouco impacto, avaliou o analista. Para transportar o milho dos Estados Unidos até a região, os custos seriam mais elevados, por isso, seria mais fácil adquirir o cereal nos países mais próximos, como Argentina e Paraguai. “Vale destacar que a Argentina tem estoques muito bons de milho e que as lavouras do cereal não são tão afetadas pelas chuvas fortes quanto as de soja”, ponderou o analista.

O milho representa a maior parte dos custos da produção de aves e suínos e a valorização do insumo tem pressionado as margens da cadeia produtora de proteína animal. Apenas neste ano, o indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa acumula alta superior a 30%, fechando a R$ 48,72 a saca nesta terça-feira. “A isenção não vai ser uma solução maravilhosa, mas é uma forma de minimizar um pouco a pressão altista”, observou Aedson Pereira.

Segunda safra

A Informa Economics FNP começa a trabalhar com um cenário de menor pressão sobre os preços domésticos do milho com a colheita da safrinha. “A possibilidade de quebra de produção em virtude da seca que afeta a região Centro-Sul do país minimiza a pressão da colheita”, explicou Pereira. “A queda de preços a partir de maio ou junho deve ocorrer, mas talvez não com o ímpeto que esperávamos”, comentou. 

Segundo ele, especula-se que em algumas áreas, pode haver redução de 10% a 15% no potencial produtivo, podendo chegar a 20% de quebra nas lavouras mais afetadas. 

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